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Novos apps de paquera não excluem velhos riscos

Integração com o Facebook facilita o vazamento de dados pessoais

Além do perigo virtual, os usuários podem enfrentar situações embaraçosas ou até mesmo perigosas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os aplicativos de paquera virtual ajudam a encontrar pessoas dispostas a ter um relacionamento casual ou mais sério.

Apesar de dispensar a necessidade de preencher formulários de interesses e agilizar o processo inicial de uso, a integração com o Facebook pode oferecer ambiente propício a riscos e até ao vazamento de informações, de acordo com Diego Monteiro, cofundador da empresa de análise de mídias sociais Scup.

"O Facebook é instável pela própria natureza. Ele é um laboratório de ideias que está sempre mudando. Não recomendamos a quem se preocupa com o vazamento de informações usar a integração com as redes sociais."

Para Monteiro, o valor dos apps de paquera é o fato de não serem especificamente redes sociais. "Você não tem muitos amigos ali, então não queima o seu filme."

Entretanto, aplicativos como o Tinder e o Bang with Friends oferecem apenas login pelo Facebook, inviabilizando o uso caso a pessoa não queira vincular o app à sua conta na rede social.

Em maio deste ano, o Bang with Friends ganhou fama mundial não só por oferecer a possibilidade de enviar convites privados buscando estritamente sexo, mas também porque as configurações de privacidade do Facebook, quando não utilizadas de forma correta (no caso, ajustando a visibilidade do app para "Somente eu"), denunciam as pessoas que usam ou já usaram o aplicativo.

Em janeiro do ano passado, mais de mil fotos íntimas e mensagens enviadas por meio dos chats dos aplicativos Blendr e Grindr, esse último voltado apenas para o público gay, vazaram após um ataque de um grupo de hackers que invadiu as contas de mais de 100 mil usuários dos serviços.

RISCO REAL

Além do perigo no mundo virtual, aplicativos como o Tinder podem oferecer os mesmos riscos que as salas de bate-papo e os sites de encontros.

A estudante norte-americana Raquel Pierre, 20, afirmou à Folha que teve uma experiência "horrorosa" com o Tinder. Ela se encontrou com outro usuário do aplicativo e cada um levou três amigos e três amigas. Após uma festa, o grupo foi para a casa da garota.

"Cada casal foi para um quarto e eu fiquei conversando com o cara no sofá, mas não estava rolando um clima", diz Raquel.

O rapaz começou a agir agressivamente ao ouvir que a garota não queria ficar com ele, e Raquel ficou com medo de dormir em seu próprio quarto, mesmo com a porta trancada. Ela teve que pedir ajuda a uma amiga, que a buscou em casa.

"Senti-me muito triste e desrespeitada porque essa pessoa não só se sentiu convidada a dormir na minha cama como também fez com que eu me sentisse mal ao recusar receber um não' como resposta", conta.

Para Fernando Bignardi, coordenador de medicina preventiva na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), os apps de paquera tornam os relacionamentos mais superficiais.

"Não há dúvida de que o caminho virtual como substituto de um encontro real, olho no olho, é bastante questionável", diz Bignardi.

Em encontros marcados por meio de aplicativos ou sites de relacionamentos, é importante fazer uma pesquisa sobre a outra pessoa na internet para evitar surpresas quanto à aparência e sempre se encontrar em locais públicos, aconselha a empresa Match.com, especializada em relacionamentos on-line.


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