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Crescimento do iOS atrai criminosos a donos de iPhone

Roubo de dados pessoais e apps maliciosos são as principais ameaças aos usuários do sistema da Apple

Com código malicioso escondido, programas danosos podem entrar na App Store com a aprovação da empresa

ANDERSON LEONARDO DE SÃO PAULO

Especialistas em segurança digital atribuem o aumento de ameaças virtuais que têm como alvo usuários da Apple à crescente popularidade dos aparelhos da companhia, em especial os dispositivos móveis.

"Esses produtos são objetos de desejo de muita gente", afirma Fabio Assolini, 33, analista de malware da Kaspersky Lab no Brasil. "Hoje é muito mais comum ver pessoas com iPhones do que antigamente, e isso chama a atenção dos criminosos."

No mês passado, a Apple confirmou essa tendência ao divulgar os resultados de seu terceiro trimestre fiscal, que vai de abril a junho.

Embora a venda de iPads tenha caído de 17 milhões para 14,6 milhões de unidades, a companhia bateu um recorde de smartphones vendidos durante o período, com 31,2 milhões de iPhones comercializados --um aumento de 20% em relação ao mesmo trimestre em 2012.

Segundo Assolini, o fato de os donos de iOS comprarem mais aplicativos que os de Android é outro atrativo para os criminosos.

"Desenvolvedores que trabalham tanto com o sistema operacional da Apple quanto com o do Google sabem que a primeira plataforma é mais lucrativa", diz.

Logo, no pensamento dos criminosos, existem mais chances de encontrar informações bancárias --com contas mais rechonchudas-- atreladas a uma Apple ID.

COM MALÍCIA

Ataques de phishing não são a única ameaça a donos de iPhones e iPads: softwares maliciosos também podem dar uma baita dor de cabeça.

Quando o assunto é segurança, "o comportamento do consumidor conta muito", afirma Nelson Barreto, 33, especialista em segurança digital da Norton, da Symantec.

Ele se refere aos usuários que recorrem ao "jailbreak", um método que atropela restrições de dispositivos da Apple e libera a instalação de apps não autorizados por ela.

Para isso, o procedimento desabilita recursos de segurança do iOS, tornando-o mais vulnerável e abrindo portas para a raiz do sistema.

"O software de origem desconhecida que você baixa fora da loja oficial da Apple pode roubar seus dados bancários, gerar phishing para seus contatos e causar outros danos", afirma Barreto.

As ameaças, no entanto, não se restringem a quem faz "jailbreak". Mesmo com a triagem realizada pela Apple para manter aplicativos maliciosos longe de seus usuários, é possível encontrar malwares na App Store.

No ano passado, por exemplo, a Apple aprovou a distribuição de um aplicativo russo chamado "Find and Call".

O programa acessava os contatos gravados no iPhone e, sem pedir permissão, disparava spam para todos os números de telefone e endereços de e-mail da lista. As mensagens eram enviadas no nome do dono do aparelho --o que dava a impressão de serem de origem confiável.

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia também descobriram, em junho, que era possível instalar softwares maliciosos em iPhones e iPads por meio do uso de carregadores falsos.

A Apple tomou conhecimento dessa vulnerabilidade e afirmou que ela será corrigida para todos os usuários na próxima atualização de seu sistema operacional.

Ao impedir que empresas desenvolvam antivírus para o iOS, "a Apple se compromete a proteger os usuários", diz Assolini. "No geral, ela tem feito isso bem, mas, como podemos perceber, há falhas."

Procurada pela Folha, a Apple não se pronunciou.


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