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'Inventor' de vídeos curtos vê de longe o sucesso do Vine

Premissa do 12seconds, criado em 2008, vingou anos depois com popularização do serviço do Twitter

Ter uma boa ideia não é suficiente: o mercado precisa estar pronto para ela, diz investidor e especialista em start-ups

BRUNO ROMANI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Sol Lipman é um quinto Beatle do Vale do Silício.

O americano de 39 anos não é músico, mas, assim como Pete Best, o baterista chutado da banda de Liverpool, carrega o sentimento de ter abandonado algo que se tornou muito popular antes de acumular dinheiro e fama.

Em 2008, Lipman e o amigo David Beach criaram um site que permitia a postagem de vídeos com duração máxima de 12 segundos. Nascia o 12seconds. Na época, ele disse à Folha que o serviço era um Twitter em vídeo.

Mas o 12seconds teve vida curta, fechando as portas em 2010. Com uma base de usuários pequena, faltaram dinheiro e investidores.

Avance mais três anos no tempo. Em janeiro último, o próprio Twitter estreou seu serviço de vídeos curtos, o Vine. Em poucos meses, ele se tornou um dos aplicativos mais populares da App Store --conta hoje com 40 milhões de usuários registrados.

Com o sucesso do serviço, em junho, o Instagram passou a permitir vídeos de 15 segundos. Era o atestado que faltava para a popularização da ideia com a qual o 12seconds morreu nas mãos.

Lipman ficou sem a fama e sem o dinheiro. O site "AllThingsD" diz que os criadores do Vine receberam US$ 30 milhões do Twitter.

"A ideia não é o mais importante. Existem outras coisas que influenciam no sucesso e no fracasso de uma companhia", explica Cassio Spina, investidor e especialista em start-ups. "Há questões conjunturais. O mercado pode não estar pronto."

De fato, o cenário era pouco favorável para 12seconds no início de 2008. Os celulares mal faziam vídeo na época --o primeiro aparelho com Android saiu em outubro daquele ano, enquanto o iPhone 3GS (o primeiro a gravar vídeos) chegou só em 2009.

A ideia de apps também era só uma promessa. A App Store foi aberta em julho de 2008. Para completar, as redes 3G ainda engatinhavam nos EUA e na Europa.

"Se soubéssemos como os dispositivos móveis afetariam os vídeos sociais...", diz Lipman, que após o fracasso trabalhou em outras empresas, incluindo a AOL. Hoje, ele comanda a Tomfoolery Inc., que conta com 11 funcionários.

"A vida não é só dinheiro. Sou reconhecido pelo 12seconds. Isso é suficiente."


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