Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Populares nos celulares, jogos 'gratuitos' chegam aos consoles
Games são livres para jogar, mas oferecem recursos extras pagos
Jogos grátis, mas que oferecem extras pagos, começaram a ganhar o mundo dos smartphones e tablets em 2012. Com mais fama desde a febre "Candy Crush Saga", o modelo de negócio agora começa a migrar para outras plataformas, como computadores e até mesmo consoles.
As empresas não revelam números, mas confessam que o modelo é lucrativo.
Para PCs, já há vários títulos, como "Star Wars: The Old Republic" e "League of Legends". Agora são os estúdios de games que decidiram levar a ideia do gratuito para jogar, modelo chamado "free to play", para os consoles.
Na feira E3, realizada em Los Angeles, a Microsoft anunciou que o Xbox One receberá o "World of Tanks", da produtora Wargaming, com tal formato.
"Mais de 75% dos nossos jogadores nunca gastaram nada", afirmou Victor Kislyi, presidente-executivo da Wargaming ao site "IGN", em agosto. "Cerca de um milhão de jogadores é uma boa base para o game migrar."
Apesar da gratuidade, quem quiser tanques melhores para avançar mais rapidamente no enredo precisará pagar. Lançado em 2012 para PCs, o game registra mais de 77 milhões de usuários.
Grandes produtoras de jogos, como a Electronic Arts e a Ubisoft, já investem pesado no "free to play", como é o caso do "Plants vs. Zombies 2".
A gratuidade dos jogos é a estratégia de marketing das empresas, e os recursos extras são o meio para, de fato, lucrarem --exceto no caso de exibição de publicidade.
"Em um jogo de sucesso, os jogadores gastam mais do que com a compra do aplicativo. Em jogos menos populares, de 2% a 3% dos usuários compram alguma coisa", disse à Folha Bertrand Chaverot, diretor da Ubisoft Brasil e América Latina.
"Com relação aos métodos de pagamento, a maioria do nosso portfólio agora é composta por jogos free to play', que são mais lucrativos do que os jogos de download único e os que são suportados por publicidade, que requerem uma abordagem de serviço constante", afirma Catalina Lou, gerente geral da Electronic Arts Digital para a América Latina.
"Os grandes games serão definidos pelas melhores experiências geradas para os jogadores, e não pelo modelo de negócios em que se encaixam."