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Opinião

Aplicativos de leitura rápida podem tomar o prazer de ler

Utilidade é inegável para textos como termos de privacidade e contratos

PAULO WERNECK COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A leitura dinâmica está entre os sonhos que a humanidade ainda não realizou, como a pedra filosofal, que transforma chumbo em ouro.

Ler, muitas vezes, é uma atividade penosa, e pular as páginas de um livro chato está entre os prazeres da leitura, assim como abandoná-lo pela metade, como escreveu um autor que admiro.

Em seu discurso sobre o dia de são José, Dilma Rousseff levou 25 minutos para proferir 2.286 palavras. Na velocidade mais alta do Spritz, mil palavras por minuto, poderíamos traçá-las em dois minutos e meio, sem prejuízo do sentido, espera-se.

Um estudo divulgado pela extinta escola de leitura dinâmica Técnicas Americanas indica que o latino-americano é capaz de ler de 180 a 220 palavras por minuto. O método de leitura dinâmica empregava um cartão com um furo horizontal que isolava algumas palavras da massa de texto, o "taquitoscópio".

Com ele, seria possível matar incríveis 2.000 palavras por minuto.

O aplicativo tem algo de seu ancestral de cartolina: o princípio é isolar as palavras do resto do texto. As palavras mais recorrentes vão bombardeando a cabeça do leitor e construindo o sentido, seja lá qual ele for.

Mas, se as técnicas tradicionais cheiram a picaretagem, talvez valha a pena dar uma colher de chá para os robôs de leitura que vêm chegando. Um app como o Spritz pode ajudar a enfrentar a demanda excessiva de nossas fatigadas retinas.

É inegável sua utilidade para ler os termos de privacidade do Facebook ou as letras miúdas do contrato com as Casas Bahia.

Sim, as máquinas estão chegando lá. Apesar dos inevitáveis micos, robôs de tradução, por exemplo, já estão aperfeiçoados e fornecem versões inteligíveis, desde que o texto seja desprovido de ambiguidades e nuances, como manuais de instrução.

Pensando bem, um sonho mesmo seria um app para garantir uma leitura demorada, na onda do "slow reading", movimento que tem até seu manifesto. Só falta combinar com o Google.


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