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Ronaldo Lemos

Tecnologia e mobilidade urbana

Quem vive em SP sabe o que significa organizar uma cidade mais em torno dos carros do que das pessoas

Um tema que anda sumido do debate eleitoral é a mobilidade urbana. O estopim das manifestações de junho de 2013 mal apareceu nas conversas de campanha. Se na política o tema está em baixa, no campo da tecnologia ele é a "coqueluche" da vez.

Quem vive em São Paulo sabe o que significa organizar uma cidade mais em torno dos carros do que das pessoas. Felizmente essa prática começa a ser posta em xeque em várias capitais latinas (alô Bogotá, alô ciclovias). Mais do que isso, a centralidade do carro como transporte privado vai esvanecendo.

Nos EUA, a população que mais compra carros está envelhecendo. Jovens entre 21 e 34 são os que menos se interessam em ter um veículo. Quando perguntados por que, respondem: "Ter carro é brega".

Esse cenário é perfeito para empresas de tecnologia atuando em mobilidade urbana. Duas que vêm chamando atenção global são o Uber e o Lyft. A primeira, que já atua no Brasil, opera por meio de um aplicativo de "caronas" profissionalizadas: articula motoristas em carros executivos, espalhados pela cidade por meio de algoritmos.

O principal ativo da empresa é a informação: otimizar a oferta e a demanda, garantindo eficiência mesmo em momentos de alta procura (e flutuando o preço). O slogan da empresa é "fazer com que ter carro seja coisa do passado".

Se o Uber tem uma imagem "executiva", o Lyft é seu primo hippie. O símbolo da empresa é um bigode roxo de pelúcia colocado na frente dos veículos. O princípio é o mesmo: caronas profissionalizadas. Precisa ir para algum lugar? O aplicativo mostra os motoristas na região, que cobram pela carona. O Lyft incentiva os passageiros a se sentarem no banco da frente e a interagirem, funcionando como uma rede social viva no trânsito.

Mas o serviço mais radical acaba de ser lançado pela Verizon, operadora de celular dos EUA. Chamado "Auto Share" ele permite a qualquer usuário de celular colocar seu carro para alugar. Isso mesmo. A operadora criou um aplicativo que destrava a porta do carro e dá a partida usando só o celular. Se o seu carro fica parado no estacionamento durante o trabalho, você pode definir ele pode ser alugado naquele período. Um interessado passa por ali e pega o veículo, pagando o preço que você definiu. Todos os usuários são certificados pela operadora, evitando roubos. O carro parado vira fonte de renda. E de quebra, o sistema transforma a cidade.

Pode haver carros para alugar em toda parte, de forma ainda mais descentralizada que os serviços de aluguel de bicicletas que hoje se tornaram populares.

Mas nem tudo são flores. Uber e Lyft estão enfrentando (e por ora vencendo) batalhas regulatórias em várias cidades do planeta.

Há uma onda de resistência contra esses novos serviços. Vale acompanhar para ver como serão recebidos em solo tupiniquim, tomado por engarrafamentos.

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reader

JÁ ERA Planejar a cidade só para os carros

JÁ É Ciclovias espalhadas por São Paulo

JÁ VEM Calçadas especiais para quem quer andar olhando o celular


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