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Empresa desenvolve recarga por 'wi-fi'

Tecnologia que converte eletricidade em som permite mover aparelhos livremente enquanto eles são carregados

Ideia da uBeam surgiu de projeto de faculdade da fundadora; start-up almeja levar energia sem fio a locais públicos

NICK BILTON DO "NEW YORK TIMES"

Quando Meredith Perry, 25, começou a estudar astrobiologia na Universidade da Pensilvânia, seu objetivo na carreira era eventualmente encontrar vida em outros planetas. Em vez disso, ela esbarrou com algo ainda mais empolgante: a capacidade de recarregar portáteis como celulares e laptops usando ultrassom, livre de fios.

Para fazer isso, Perry criou uma tecnologia que converte eletricidade em som e envia esse áudio pelo ar por meio de ondas de frequência ultra-alta. Então um receptor ligado a um eletrônico capta o som e o converte novamente em energia elétrica.

A tecnologia torna possível que um dispositivo seja movido livremente dentro de um recinto, em um bolso ou numa bolsa, sendo recarregado constantemente.

A companhia de Perry, uBeam, anunciou recentemente que, a partir de um conceito da tecnologia, inicialmente criado para uma competição universitária da qual Perry participou, construíra um protótipo funcional que quer lançar no mercado.

"Este é o único sistema de alimentação sem fio que permite que você use o telefone e se mova em um cômodo livremente enquanto o aparelho é recarregado", diz Perry. "Permite que haja uma experiência semelhante à do wi-fi; você só precisa estar próximo do transmissor."

As estações de recarga da uBeam serão finas, com menos de 0,5 cm de espessura. Esses transmissores poderiam ser colados em paredes ou adaptados para fazer parte da decoração de uma casa. Smartphones e laptops poderiam ser, então, equipados com os receptores.

TRANSFORMAÇÃO

A tecnologia também poderia trazer mudanças significativas em como os dispositivos são projetados: os aparelhos que funcionam com o uBeam poderiam ter baterias menores, já que são alimentados constantemente. A tecnologia de bateria praticamente não mudou nas últimas décadas, com fabricantes valendo-se de melhorias pequenas na capacidade da bateria e na eficiência energética dos eletrônicos.

"Se alimentação sem fio estiver em todo lugar, a bateria pode ser menor porque estará o tempo todo carregando", diz Perry. "Você não vai precisar mais de cabos, não terá de usar adaptadores internacionais para tomada."

Os produtos da uBeam devem estar nas prateleiras dentro dos próximos dois anos, diz a companhia. Perry diz que a empresa planeja fazer dois produtos, a princípio: um para lugares pequenos, como casas e escritórios; e outro para estádios, aeroportos e salões de conferência.

A tecnologia também pode ser usada para transmitir dados de maneira segura, anunciou a empresa. Isso significa que produtos da uBeam poderiam ser usados por objetos de "internet das coisas".

LIMITAÇÕES

Há limitações para a capacidade da uBeam, como a incapacidade de transmitir as ondas através de paredes. Isso significa que, diferentemente de pontos de wi-fi, usuários da uBeam teriam de comprar transmissores para cada cômodo.

Também há a questão da adoção. Tecnologia de recarga sem fio chegou há anos, mas as pessoas têm sido lentas em adotá-la.

Mas a uBeam diz que isso vai mudar, já que sua tecnologia transmite por distâncias superiores e a empresa pretende espalhar seus transmissores em muitos lugares de alta visitação.

"Vamos vender diretamente ao consumidor, mas também a redes de restaurantes e de hotéis --vamos saturar o mercado com os transmissores da uBeam", diz Perry. "Além de wi-fi gratuito, a cafeteria que você visita terá uBeam gratuito."

A empresa aguarda a aprovação de 18 patentes de que pediu registro no USPTO (escritório de propriedade intelectual dos EUA), sobre recarga sem fio e ultrassom. Também está fechando uma rodada de financiamento, em adição a outro US$ 1,7 milhão que recebeu de Marissa Mayer, presidente-executiva do Yahoo!, do Funders Fund e de Andreessen Horowitz.


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