Folha de S.Paulo

Companhia tem semana ruim, mas bom saldo no ano

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Apple, empresa mais valiosa do mundo, enfrentou uma sucessão de informações negativas durante a semana passada. Tudo começou com a notícia de que a arquirrival Samsung liderou as vendas de smartphones com o Galaxy S 3 no terceiro trimestre deste ano, deixando para trás o iPhone, segundo apontou a empresa Strategic Analytics.

Também na última semana, as ações da companhia chegaram a acumular 20% de perda ante o recorde de US$ 705,07 por ação, registrado em 21 de setembro. Significou o menor nível em cinco meses, em que cada papel chegou a valer US$ 537,75.

Não se trata apenas de uma crise de identidade da Apple: investidores estão temerosos sobre um suposto "abismo fiscal" nos EUA, fantasma que implica no provável fim, em breve, da redução de impostos para empresas e nos cortes obrigatórios de gastos públicos que vão entrar em vigor no ano que vem.

A queda dos papéis da Apple, empresa cujo valor de mercado é estimado em US$ 504 bilhões, não influenciou as ações no acumulado de 2012: elas ainda mantêm uma valorização de 38%.

Mas o momento não é bom para a companhia, que está em meio a uma acirrada disputa pelo mercado de fim de ano. Não apenas o Google e a Samsung, com seus celulares e tablets equipados com Android, ameaçam a Apple: a Amazon e a Microsoft também desafiam a empresa mais valiosa do mundo.

Quanto ao mercado de smartphones, o Galaxy S 3 chegou a 18 milhões de unidades no terceiro trimestre, enquanto o iPhone 4S totalizou 16,2 milhões. O iPhone 5, novo modelo da Apple, chegou a 6 milhões em vendas.

Como foi lançado no meio do trimestre, o iPhone 5, preveem analistas, deve figurar no topo dos mais vendidos no último trimestre do ano.

Ainda assim, a Samsung disse que vendeu 56,3 milhões de smartphones no total de outubro, enquanto a Apple comercializou 26,9 milhões (incluindo o iPhone 5) no mesmo período.

Na disputa dos sistemas operacionais, a Apple perdeu terreno para o Google: o Android está em 75% dos smart-phones, contra 14% do iOS, que roda no iPhone, de acordo com estimativas da firma de pesquisa de mercado IDC.

Apesar das ameaças da Amazon com o Kindle Fire e da Microsoft com o Windows 8 (pulverizado em diversas marcas de tablets), o iPad 4 e o iPad mini devem gerar uma receita de US$ 13,6 bilhões para a Apple somente no quarto trimestre do ano, segundo estimativa da consultoria Piper Jaffray. Nada mau para uma companhia que faturou US$ 128 bilhões em vendas durante todo o ano passado.