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BlackBerry lança o Z10, um ótimo aparelho com aplicativos ruins
No hardware, modelo está à altura dos melhores do mercado; sistema operacional tem falhas
A Research in Motion deu na semana passada passos importantes para tentar se reerguer no mercado de smart-phones: adotou o nome de BlackBerry e lançou o sistema operacional BlackBerry 10.
O Z10 é o primeiro aparelho com BB10 a chegar ao mercado e deve ser vendido no Brasil, com 4G, ainda neste semestre. Suas linhas elegantes lembram bastante as do iPhone 5, e assim como o rival, ele tem construção sólida, com bom acabamento.
A tela de 4,2" é bastante nítida e exibe imagens de boa qualidade. O desempenho, em geral, é muito bom, com fluidez e raros engasgos.
No hardware, o Z10 é um ótimo aparelho, à altura do iPhone e dos principais modelos com Android e Windows Phone. Mas e o software?
A interface do BB10 se baseia em gestos de toque. O problema é que, em geral, esses gestos não são muito intuitivos, e começar a usar o BB10 é um pouco mais trabalhoso do que o primeiro contato com iOS ou Android.
A tela inicial mostra os últimos aplicativos utilizados. Eles são exibidos em pequenas janelas que podem exibir informações atualizadas, como os painéis dinâmicos do Windows Phone. Infelizmente, só os oito apps mais recentes são listados, e não é possível fixar os seus favoritos.
À direita da tela inicial fica a grade com os aplicativos instalados, como no iOS. À esquerda, uma novidade do sistema: o Hub, central de notificações que exibe, em um só ambiente, todos os avisos, mensagens e atualizações do sistema e de aplicativos.
A ideia é interessante, mas mal executada. Se estou lendo uma mensagem e recebo uma notificação, não consigo visualizá-la sem antes fechar a mensagem. Para piorar, notificações não surgem automaticamente na tela -é preciso fazer um gesto para conferir se há novidades.
O BB10 inclui o melhor teclado virtual em um sistema de smartphone. As teclas espaçosas e as sugestões de palavras (que aparecem acima da próxima letra a ser digitada) permitem escrever rapidamente e com poucos erros.
Para ser forte no mercado móvel, é vital ter uma boa seleção de aplicativos. E esse é o ponto mais fraco do BB10.
A BlackBerry World foi aberta com mais de 70 mil apps -bem menos do que os 700 mil da App Store e do Google Play, mas número respeitável para uma loja nova.
A grande maioria dos apps, porém, é ruim. Faltam programas famosos como Google Maps e Instagram. Alguns, como o do Facebook, são oferecidos em versões inferiores às de Android e iOS. E apps pré-instalados, como o de mapas, são fracos.
Apesar disso, o Z10 é um bom aparelho, e o BB10, um bom sistema, mas ser bom talvez não seja o suficiente para conquistar usuários de plataformas rivais. A BlackBerry ainda não conseguiu um diferencial para atrair clientes de Android ou iOS.
