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'Nova revolução industrial será maior do que a web'

MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO

A vida será manufaturada. Por você, diretamente da sua casa, graças a máquinas como impressoras 3D.

Para o inglês Chris Anderson, 51, um dos principais pensadores da era digital, tal feito será maior que a revolução provocada pela internet.

É o que ele defende em sua obra mais recente, "Makers - A Nova Revolução Industrial", e na entrevista que deu à Folha, por telefone.

O ex-editor-chefe da prestigiada revista "Wired" deixou seu antigo emprego em novembro para se dedicar à sua companhia, a 3D Robotics.

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Folha - O sr. defende que a próxima revolução virá da manufatura digital. Por quê?

Chris Anderson - É o que acontece quando o modelo de inovação da web encontra a grande indústria. O mundo muda não por causa da tecnologia, mas das pessoas que a utilizam. Quando novas tecnologias se espalham, elas se democratizam, chegam às mãos das pessoas comuns. Se você democratiza algo poderoso como a manufatura, tem uma explosão de criatividade, novas companhias, produtos, inovação. Foi o que aconteceu há 40 anos com o PC, há 20 anos com a internet. Essa nova revolução industrial será maior do que a web.

Quais são as limitações atuais da impressão 3D?

A situação é parecida com a de 1985, quando tínhamos impressoras industriais com grande resolução, mas, para desktop, tínhamos apenas as matriciais. Hoje a indústria tem impressoras 3D que conseguem imprimir em altíssima resolução usando vidro, aço, ouro, todo tipo de material incrível. É possível imprimir até comida, órgãos humanos. Enquanto isso, as de uso doméstico têm resolução baixa e usam plástico. Mas as atuais ficam melhores mais rapidamente. Impressão 3D multicolorida, de alta resolução, em material condutor será real nesta década.

Devemos nos habituar a viver com menos privacidade?

Está muito claro que gerações diferentes têm visões diferentes sobre quanta privacidade querem ter. Na Europa, a visão é que o governo deve proteger a privacidade [dos cidadãos]; nos EUA, não, ela é vista como uma questão de escolha pessoal. A prática nos EUA é informar e deixar as pessoas decidirem quanto elas querem compartilhar. As empresas nem sempre são boas nisso, mas essa é a política geral, o usuário escolhe.

A liderança do Vale do Silício pode ser ameaçada?

Não pensamos mais em termos geográficos. Eu vivo no Vale do Silício, que tem a maior densidade de empresas tecnológicas, mas tenho uma fábrica em San Diego, outra em Tijuana, temos parceiros em Zurique (Suíça), em São Paulo. Encontramos tecnologia interessante e boas companhias em todo lugar.


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