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Viena para gays

Tour pela capital austríaca voltado ao público LGBT inclui visita a uma das maiores livrarias para esse público da Europa e sauna frequentada por irmãos de imperador, que mandaram construir entrada especial para que não fossem vistos

DEREK BROOKS DA REUTERS, EM VIENA

Os cafés de Viena, a arquitetura, os palácios, os teatros de ópera e as demais instituições culturais da era dos Habsburgo dão à cidade um ar de grandeza imperial.

Mas a capital austríaca, com 1,7 milhão de moradores, não ficou presa no passado e costuma encabeçar rankings de qualidade de vida e sediar grandes eventos gays como o Life Ball, Rainbow Parade, Rainbow Ball e o Identities Queer Film Festival.

Neste mês, Viena revisou sua estratégia para o turismo homossexual e agora está promovendo a música, a cultura e a história imperial da cidade para os viajantes LGBT com dinheiro para viajar.

A seguir, uma programação para um final de semana (começando na sexta-feira à tarde) ajuda o visitante a extrair o máximo de uma visita curta à cidade, que um dia serviu de morada a grandes nomes como Sigmund Freud e a imperatriz Elizabeth, ou Sissi para os amigos e parentes.

Sexta-feira, 16h30
Comece por uma visita ao Schloss Belvedere, antiga residência do príncipe Eugênio de Savoia (1663-1736) e hoje lar da maior coleção mundial das pinturas de Gustav Klimt. O palácio barroco é testamento do poder que o príncipe exercia na Áustria dos Habsburgo, depois que ele derrotou os turcos que estavam sitiando Viena.
Há boatos de que Eugênio fosse gay e de que sua cunhada tivesse dito que "ele não se incomodava em procurar mulheres, mas um par de pajens o agradaria mais". O palácio abriga "O Beijo", a mais famosa obra do austríaco Klimt.

18h30
É hora de comida e de filosofia em um café vienense. Reza a lenda que, quando o exército turco foi derrotado, em 1683, as tropas otomanas deixaram sacos de café para trás em sua fuga, o que resultou na criação dos cafés pelos quais Viena se tornou famosa. Se você prefere um café de alto preço, tente o Cafe Central, que teve entre seus fregueses Freud, Adolf Hitler, Lênin e Leon Trotsky -e isso só em 1913 (palaisevents.at/cafecentral.html).

19h30
Assista a um concerto no salão dourado do Wiener Musikverein, mas compre os ingressos com antecedência porque as entradas para as apresentações da Filarmônica tendem a se esgotar meses antes da data.

22h
Caminhe pelas ruas medievais do primeiro distrito até encontrar o Santo Spirito (www.santospirito.at), um bar de vinho. Frequentado por artistas e uma das casas preferidas dos gays, a trilha sonora é a música clássica, com um ar barroco e uma pitadinha de exagero. Se preferir, escolha o bar Goldener Spiegel (goldenerspiegel.at), um dos bares gays mais conhecidos da capital.

Sábado, 9h
Tome um café em algum das dezenas de cafés do Naschmarkt, um mercado ao ar livre que se estende da estação Karlsplatz à Kettenbrueckengasse do metrô. O Cafe Savoy é um reduto gay bem conhecido, perto do fim do Naschmarkt, e ostenta candelabros, estátuas e paredes revestidas de madeira, bem como um dos maiores espelhos da Europa (savoy.at).

10h30
Tome o metrô para o sudoeste da cidade e visite o Schönbrunn, o palácio imperial dos Habsburgo, em estilo rococó, que servia de residência de verão à emblemática imperatriz Elizabeth. Conhecida como uma das mais belas rainhas da Europa, ela sempre manteve uma cintura de 48 centímetros, por meio de uma dieta severa e de uma rotina de exercícios quase inédita no século 19 (schoenbrunn.at).

12h30
Tome o rumo do norte e compre um livro na Löwenherz Bookstore, uma das maiores livrarias gays da Europa, com mais de 12 mil títulos à venda, e almoce no Cafe Berg, ao lado.
A Löwenherz leva esse nome como homenagem ao rei inglês Ricardo Coração de Leão. Reza a lenda que a muralha original da cidade de Viena foi construída com o dinheiro ganho pelo resgate de Ricardo, no século 11. E o resgate só se tornou possível porque seu amante, Blondel, ouviu pela janela uma canção de amor cantada pelo príncipe, que estava encarcerado no castelo de Dürnstein.

14h
Caminhe pela Ringstrasse, a alameda circular da era imperial que foi construída no espaço deixado pela demolição das muralhas e serve de local a grande número de belas edificações.
O Albertina Museum, no palácio Hofburg, conta com uma das maiores coleções gráficas do mundo. Sua fundadora, no século 18, foi a arquiduquesa Maria Cristina, que supostamente manteve uma relação lésbica com Isabella, primeira mulher do imperador José 2º (albertina.at).

16h
Siga até a catedral Stephansdom, uma construção gótica na praça central da cidade, e do alto da torre você terá uma vista excelente da capital austríaca.
Ao descer, vá pela Kartnerstrasse, e faça uma visita rápida à sauna Kaiserbründl, a mais conhecida sauna gay de Viena, em funcionamento desde a era dos Habsburgo.
O local era frequentado pelos irmãos do imperador Francisco José (1830-1916), que ordenaram a construção de uma entrada especial para que pudessem visitá-lo sem serem vistos.

18h
Qualquer visita a Viena requer comer um wiener schnitzel, um filé de carne de porco ou vitela à milanesa, servido com salada de batata. O Gästhaus Ubl, no distrito de Wieden, está entre os favoritos dos vienenses.

20h
Vista-se com elegância e vá à Ópera Estatal de Viena. Dois arquitetos gays, Eduard van der Nüll e August Sicard Von Sicardsburg, projetaram o prédio, mas Nüll se matou antes de inaugurá-lo, em 1868, por conta de críticas ao projeto (wiener-staatsoper.at).

Domingo, 9h
Comece a manhã por um café em qualquer dos diversos cafés do MuseumQuartier (MQ), um espaço moderno e de moda. As edificações que serviam de estábulos na era Habsburgo agora foram transformadas em uma praça de cultura que abriga museus, galerias, restaurantes e lojas (mqw.at).

10h
Um dos melhores museus do MQ é o Leopold Museum, que abriga a maior coleção do expressionista Egon Schiele. O museu recentemente atraiu multidões (entre os quais nudistas, em uma sessão especial), com a mostra "Homem Nu", uma homenagem à nudez (leopoldmuseum.org).

11h
Veja a pompa e a majestade dos garanhões Lippizaner que executam exercícios clássicos na Escola Espanhola de Equitação, dentro do palácio Hofburg. A escola adestra cavalos e treina cavaleiros há mais de 440 anos (srs.at).

13h
A Áustria é um país católico, e, por isso, a maioria das lojas fica fechada no domingo; faça como os vienenses, portanto, e vá ao Prater para uma tarde no parque. Compre salsichas em uma barraquinha de comida e visite o Riesenrad, a roda-gigante que serve de cenário a "Terceiro Homem", filme com Orson Welles.

15h
Encerre sua estadia em Viena visitando uma tradicional taverna de vinho nos distritos de Grinzing ou Döbling, na periferia. Viena conta com 675 acres de vinhedos dentro do perímetro urbano.
Experimente pratos austríacos como o Schweinebraten (porco assado), sobremesas como o Kaiserschmarrn (panqueca com compota de frutas) e o Grüner Veltiliner, um popular vinho branco local.


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