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Turismo

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Em Cayo de Agua, faixa de areia cria praias paralelas

Percurso até ilha leva 90 minutos, não está incluído em pacotes, dura só 3 horas e é incômodo, mas vale a pena

Turista decide a qual ilha quer ir, barqueiro deixa-o com um 'cooler', arma o guarda-sol e vem buscá-lo no fim da tarde

EM LOS ROQUES

São quase 9h da manhã. Lá fora, o sol está a pino já faz tempo. É hora de os turistas deixarem as pousadas rumo a alguma ilha de Los Roques.

Em mãos, itens básicos como protetor solar, máscara de mergulho e toalha. No cais, uma espécie de coordenador das embarcações, auxiliado por um funcionário da pousada, direciona os visitantes para cada lancha, dependendo do destino acertado previamente na noite anterior.

Pode parecer confuso, mas, acredite, não há risco de entrar em "barca furada". As voadeiras são um meio de locomoção coletiva em Los Roques. Estão por toda parte.

No final do traslado, quando estiver se aproximando da "sua" ilha, indique ao barqueiro o ponto que deseja ficar. Ele então desce da lancha, vai até a praia, arma o guarda-sol, estende a cadeirinha e deixa um "cooler" com o seu almoço (um sanduíche reforçado ou uma pasta) e bebidas (a maioria das pousadas inclui o serviço no pacote, fora, é claro, as bebidas alcoólicas), além de frutas.

Antes de se despedir, o barqueiro marca o horário em que voltará para te buscar no fim de tarde -e desmontar o "circo", recolhendo a tralha.

Essa é a rotina em Los Roques. Tomar sol, nadar, mergulhar, cochilar. Curtir brisa e muita preguiça.

Algumas ilhas, como Madrizquí e Francisquí, ficam a dez, 15 minutos de voadeira. São ideais para assistir ao tempo passar, praticar snorkeling (são repletas de corais) ou ainda kitesurfe. Graças à proximidade, as piscinas naturais de Francisquí del Medio e de Abajo, por exemplo, costumam ficar apinhadas de veleiros e iates.

Os donos dessas embarcações são chamados maldosamente pelos nativos do arquipélago de "a nova elite socialista de Hugo Chávez".

Mas, por estarem próximas da "capital", essas ilhas vivem "congestionadas".

Uma curiosidade: o sufixo do nome da maior parte das ilhas é derivado do inglês "cay" -boa parte delas foi batizada por exploradores britânicos. "Convertidas" para o espanhol, passaram de "cay" para "quí".

AZUL PARALELO

Agora, prepare-se para um exercício incômodo: 90 minutos de bunda batendo sem parar no banco da lancha, quando essa segue em direção extrema a Gran Roque.

A água espirra por toda parte, enquanto a embarcação corta ondas de mais de um metrô de altura. Venta muito. Nesses momentos mais radicais, estômagos sensíveis ensaiam um enjoo.

Chegar a Cayo de Agua, uma das ilhas mais lindas de Los Roques, não é tarefa das mais fáceis. Conforme a voadeira se aproxima, os turistas assistem, de boca aberta, à mescla de tons de verde com azul, revelando uma variada cartela de cores.

Geralmente, o passeio até lá não está incluído nos pacotes. Mas o preço é baixo pela recompensa -cerca de R$ 64.

Na imensidão azul, uma retalho de areia no meio do mar cria duas praias paralelas. Dependendo do horário da maré, dá para se banhar com a água vindo dos dois lados.

Pena que a alegria dura pouco. O prazo de permanência em Cayo de Agua é restrito e injusto: três horas, incluído aí o tempo para o almoço.

Geralmente, as lanchas fazem um combinado e dão uma parada (na ida ou na volta) na ilha de Dos Mosquises, onde existe um centro de recuperação de fauna marinha e são criadas tartarugas.

As tartaruguinhas ali que me perdoem, mas a parada para avistar os bichinhos em tanques, nessa versão diminuta do nosso projeto Tamar, é dispensável. Preferível seria ficar um bocadinho mais estendido nas areias de Cayo de Agua. (ROBERTO DE OLIVEIRA)


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