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Turismo

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Paris

Casas de câmbio da capital trocam reais por euros

Em restaurantes, garçons e cardápios descomplicam a viagem do turista

Brasileiros ocupam a 11ª posição no ranking de visitantes, mas ficam em 4º lugar quando o assunto é gastar

GRACILIANO ROCHA COLABORAÇAO PARA A FOLHA, EM PARIS

Sob uma fina garoa atípica para a primavera em Paris, a família do médico curitibano Marcos Malfatti, 46, descia a avenida Champs-Elysées com sacolas da Louis Vuitton.

As compras em Paris foram a etapa final da viagem de férias por quatro países europeus. Em menos de uma hora na loja de bolsas, eles deixaram € 2.500 (R$ 6.575).

"O vendedor que nos atendeu era brasileiro [há três na loja], o que foi ótimo para entender bem os detalhes. No final, acho que isso acabou ajudando a gastar um pouco mais", contou a advogada Juliana Malfatti, 43.

Com um número recorde de brasileiros em férias em Paris, português virou um idioma pop: está presente em grandes lojas, muitos restaurantes e cafés têm cardápios traduzidos e mesmo hotéis de categoria turística mantêm funcionários capazes de se comunicar na língua.

O célebre hotel Lutetia, no bairro de Saint-Germain-des-Prés, mantém um site com informações em português.

Outro retrato dos novos tempos é a disponibilidade das casas de câmbio da cidade de aceitarem reais. A taxa média, contudo, costuma ser de R$ 3,05 por € 1, bem acima da cotação oficial (R$ 2,62, na última quinta).

Em 2012, 630 mil brasileiros visitaram a cidade --40 mil a mais do que no ano anterior. Para o governo francês, países emergentes --como Brasil e China-- são o principal mercado em expansão para atrair visitantes.

Mimar visitantes brasileiros é um bom negócio. Em 2012, eles deixaram US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2 bilhões) durante férias na França --um recorde, segundo a Atout France (versão francesa da Embratur).

CLASSE MÉDIA

Segundo Jean-Philippe Pérol, diretor para as Américas do órgão, o perfil do turista brasileiro hoje é predominantemente de classe média e, muitas vezes, só domina mesmo o português.

A CVC, maior operadora de turismo do Brasil, embarcou no ano passado 25 mil viajantes para a cidade luz.

O valor gasto pelos brasileiros em férias supera as receitas obtidas pela França com vinhos, perfumes, helicópteros ou qualquer outro produto isolado da pauta de exportações para o Brasil.

Embora ocupem apenas a 11ª colocação no ranking dos visitantes estrangeiros, os brasileiros gastam, em média, US$ 200 por dia em Paris "" só ficando atrás de americanos, chineses e japoneses.

"O chinês economiza no hotel e na alimentação, mas não poupa nas compras. Americanos e brasileiros ficam em hotéis confortáveis, comem em bons restaurantes e também compram bem", explica Pérol.

Cadeias importantes de varejo francês --como as Galeries Lafayette e a Printemps-- perceberam o fenômeno e incorporaram às suas políticas a contratação de funcionários brasileiros, portugueses ou franceses bilíngues.

Outro retrato dos novos tempos é a disponibilidade das casas de câmbio da cidade de aceitarem reais. A taxa média, contudo, costuma ser de R$ 3,05 por euro, bem acima da cotação oficial (R$ 2,62/€ 1, na última quinta).

EM BUSCA DA ARTE

Ao lado das compras, a cultura e os monumentos históricos de Paris exercem um fascínio que leva à cidade 16 milhões de turistas por ano.

É impossível passar pela torre Eiffel ou pela catedral de Notre Dame sem encontrar grupos ou famílias de brasileiros tirando fotos.

O Louvre, o maior museu da França, registrou um salto de 146% no número de visitantes brasileiros em cinco anos (370 mil em 2012).

Diferentemente de museus como o MoMA de Nova York, o Louvre ainda não oferece a versão de áudio em português da visita guiada às suas 35 mil obras.

Em tempos de austeridade, ainda não há data para realizar a tradução do áudio sobre o acervo. Mas, segundo a direção do museu, houve aumento da tiragem dos folhetos explicativos em português.

Fora dos museus, ao ar livre, é possível fazer com a agência Holatour passeios pela cidade com guias que falam português.

Fundada em 2008, a empresa realizava cerca de 2.000 traslados e tours quando começou. No ano passado, foram 20 mil. "Vimos a demanda crescente de brasileiros vindo para cá e aproveitamos a oportunidade", diz Silvia Helena Cerqueira, dona da agência.

O aposentado Evaldo Silva, 81, foi um dos que contratou o serviço da Holatour.

Na semana passada, ele visitou os principais pontos turísticos de Paris com a família. "É sempre melhor fazer um tour com um guia que fala português", diz Silva, morador de Ribeirão Preto (SP). "As informações ficam mais claras."


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