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Obras vêm de outros países para celebrar os 160 anos de Van Gogh
Londrina National Gallery e Orsay, de Paris, emprestam peças para museu do artista em Amsterdã
Museu Van Gogh ficou três anos em reforma; nova exposição mostra trabalhos escondidos sob pinturas em telas
Grandes artistas conseguem encher um salão com seus melhores quadros. Alguns gênios são capazes de ocupar um museu inteiro.
É o caso de Vincent van Gogh (1853-1890), o atormentado holandês que ajudou a inventar a pintura moderna.
Suas obras estão no Museu Van Gogh, em Amsterdã, cidade que celebra neste ano o 160º aniversário do pintor e os 40 anos do museu, reaberto no mês passado, após uma reforma de três anos.
Durante a parte final das obras, o acervo ficou abrigado na filial holandesa do Hermitage. O retorno foi comemorado com a exposição "Van Gogh at Work", que revela detalhes até então desconhecidos do trabalho do artista.
Com técnicas modernas de restauração e pesquisa, pesquisadores descobriram que a paleta original de cores de Van Gogh era diferente da que aprendemos a admirar.
Uma de suas obras-primas, o "Quarto em Arles" (1888), teve os tons alterados devido à ação do tempo e à qualidade precária das tintas que o artista usava.
A tecnologia agora permite saber que as paredes do dormitório foram pintadas em violeta e não no azul-claro que se vê no quadro.
Os estudos também revelaram obras escondidas por outras pinturas de Van Gogh, que tinha o costume de reutilizar telas para economizar.
Exames de raio-X mostraram, por exemplo, a imagem de dois lutadores encoberta por "Natureza Morta com Flores do Campo e Rosas" (1886). O desenho original foi reproduzido ao lado do quadro.
Outra curiosidade são os grãos de areia encontrados na tinta da série "Santas Marias" (1888), que o artista pintou na praia quando morava em Arles, no sul da França.
Além dessas descobertas, a exposição inclui os cadernos de anotações de Van Gogh, que foram digitalizados, e a única paleta que restou do pintor, cedida temporariamente pelo Museu D'Orsay, da França.
O empréstimo de obras, por sinal, é uma atração à parte nos festejos de reabertura do museu em Amsterdã. Até 3 de setembro, os visitantes podem ver a versão mais famosa de "Os Girassóis" (1888), que pertence à National Gallery, de Londres.
Depois que a tela voltar ao Reino Unido, chegarão outros quadros dos acervos do Art Institute, de Chicago, e do Museu Rodin, de Paris.
Mas, claro, o acervo do Museu Van Gogh tem suas joias. Uma delas é o "Autorretrato com Chapéu de Feltro" (1887), onde o olhar angustiado parece anunciar o fim trágico do artista, que se matou. O último andar abriga telas pintadas em Auvers-sur-Oise, na França, sua última morada.
Lá estão "Campo de Trigo com Corvos" (1890), uma de suas obras mais expressivas, e "Raízes da Árvore" (1890), que ele não teve tempo de terminar. (BMF)
MUSEU VAN GOGH
ENDEREÇO 1070 AJ Amsterdam
FUNCIONAMENTO até 1º.set. e de 27.dez. a 5.jan., das 9h às 18h; sex., até as 22h; de 2.set. até 26.dez. e a partir de 6.jan., das 9h às 17h; sex., até as 22h
INGRESSO € 15 (cerca de R$ 42); jovens de até 17 anos não pagam entrada
SITE www.vangoghmuseum.nl