Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Turismo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

A cidade dos pássaros

Há 50 anos, Bodega Bay, na Califórnia, servia de cenário para um dos trabalhos mais geniais de Hitchcock; no mês que vem, a cidade celebra a data com festival

FERNANDA EZABELLA ENVIADA ESPECIAL A BODEGA BAY, CALIFÓRNIA (EUA)

Acordar com o barulho dos passarinhos em Bodega Bay não parece ser a melhor maneira de começar o dia nesta cidade de mil habitantes na costa da Califórnia, a 110 km de San Francisco, nos EUA.

Afinal, pardais, corvos e gaivotas deram à região uma fama sinistra, ao se unirem para ataques mortais contra seus moradores num dos trabalhos considerados mais geniais de Alfred Hitchcock.

Mas meio século já se passou e quase nada restou na cidade dos cenários de "Os Pássaros" (1963), além das paisagens bucólicas, muito mais ensolaradas que no filme sombrio, e as aves selvagens, que fogem dos poucos turistas que se aproximam.

Para ver o único prédio do filme que ainda existe, é preciso deixar o litoral e seguir para Bodega, a nove quilômetros de Bodega Bay, onde fica a casa usada no longa-metragem como a escola Potter.

No filme, a socialite Melanie (Tippi Hedren) visita a baía para dar um casal de passarinhos para a irmãzinha de um homem (Rod Taylor) que acabou de conhecer em San Francisco. Sua chegada dá início aos ataques das aves, inclusive contra as crianças da escola e frequentadores de um restaurante.

A casa, que funcionou como escola até 1962, estará aberta para visitas durante um festival em setembro para celebrar os 50 anos do filme.

"Muita gente tinha medo de Hitchcock, acho que até mesmo Tippi. Mas ele era muito bom com os moradores locais, conversava com as crianças e dava autógrafos desenhando seu autorretrato. Ainda tenho o meu", lembra o editor Merritt Clifton, 59, que foi figurante do filme quando criança, nas cenas da sala de aula, quando corvos esperam do lado de fora num trepa-trepa (que não existe mais).

A uma quadra dali, está o mercado Bodega Store, que funciona como um minimuseu Hitchcock, com itens relacionados ao filme e suvenires. Na entrada, há um manequim imitando o cineasta.

O dono do estabelecimento, que existe há seis anos, é o ex-chef Michael G. Fahmie, obcecado por Hitchcock e Bodega. "Não queria que este lugar virasse uma cidade-fantasma", conta Fahmie.

De volta à costa, ainda existe o restaurante The Tides, que no filme aparece como sendo vizinho da escola. O espaço passou por tantas reformas que em nada lembra o original. Não há sinais das poltronas vermelhas, mas o lobby exibe artigos de jornal sobre a produção e imagens autografadas pelo elenco.

Mais de 200 pessoas da então vila de pescadores participaram das filmagens emprestando suas casas ou como figurantes, como os pais de Melissa Freeman, que há dois meses abriu a pequena lanchonete The Birds Cafe. "Mais pra frente, quero fazer pratos inspirados no filme", disse Melissa, que decorou o lugar com fotos dos pais no set de filmagem.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página