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Proteção de dados começa com turistas

Viajantes devem acompanhar fatura de cartões de crédito no exterior para evitar problemas com hackers

Estudo sobre segurança de dados coloca hotelaria entre os três setores que mais sofrem fraudes bancárias

JOE SHARKEY DO "NEW YORK TIMES"

Minha mulher desviou os olhos do iPad, no qual estava verificando uma fatura de cartão de crédito. "Você vai viajar para Bogotá?", ela perguntou. "Não que eu saiba", eu respondi.

"Então imagino que você também não tenha pago US$ 10 por uma xícara de café em Antelope, Califórnia, ontem", ela retrucou.

Não. A cobrança de US$ 740,04, por uma passagem só de ida a Bogotá, Colômbia, e os US$ 10,20 cobrados pelo café californiano eram resultado de fraudes.

Em casa, sempre ficamos atentos ao movimento de nossos cartões de crédito, especialmente após viagens, e essa não foi a primeira vez que cobranças não autorizadas surgiram em uma fatura depois de viajarmos.

Por isso, imediatamente, apanhei o telefone e reportei o problema ao serviço da American Express. O cartão foi invalidado, uma investigação de fraude foi iniciada, as cobranças foram canceladas e, em poucos dias, recebi meu cartão novo.

Depois liguei para meu amigo, o especialista em segurança Anthony Roman, e comentei que o problema estava resolvido. Certo? Não exatamente. "Alerta vermelho!", ele respondeu.

Mas qual era o grande problema? Excetuada a inconveniência de ter de registrar o número do cartão novo em serviços nos quais tenho cobranças recorrentes, o custo do procedimento havia sido zero, para mim.

"Sim, se você teve sorte", disse Roman, presidente da Roman & Associates, cuja especialidade é investigação e consultoria de risco. Mas ele explicou que cobranças não autorizadas que surgem isoladamente em uma fatura de cartão de crédito mais provavelmente indicam que há cibercriminosos sofisticados esperando para ver se você vai perceber.

"O que os criminosos que praticam fraudes contra cartões de crédito testam é a sua vigilância, o cuidado com que você observa seus gastos e também como a operadora cuida da sua conta", ele disse. "Eles o fazem realizando primeiro compras relativamente pequenas, para determinar se isso causa alarme."

Muitos viajantes frequentes se descuidam de verificar o registro de transações recentes de modo regular, e isso representa um sinal verde para os hackers criminosos. Depois, diz Roman, "não importa o que aconteça, começarão a surgir as cobranças realmente altas".

Em seu relatório mundial de segurança para 2013, a Trustwave, uma companhia de gestão de segurança de dados, informou que os três principais setores tomados por alvo de violações em massa de segurança em 2012 foram o de varejo (45%), o de comida e bebida (24%) e o de hotéis (9%).

De acordo com o estudo, três anos atrás, o setor hoteleiro estava no topo da lista, mas desde então conseguiu "avanços significativos" na melhora de suas medidas de segurança para o uso de cartões de crédito.

Ainda assim, os hackers gravitam para alguns hotéis porque, como lojas e restaurantes, eles realizam muitas transações com cartões de crédito em nível local, onde talvez não haja salvaguardas de segurança centralizadas e de alto nível.

No ano passado, por exemplo, a Comissão Federal de Comércio americana processou a cadeia de hotelaria Wyndham Worldwide pelo que classificou como proteção inadequada a informações de cartão de crédito, o que resultou em três violações de segurança de dados nos hotéis da companhia em menos de dois anos, com "milhões de dólares em prejuízos por fraude, e a exportação dos dados de cartão de crédito de milhares de consumidores a um nome de domínio de registrado na Rússia".

A Wyndham Worldwide respondeu que havia feito tudo que podia para reportar os crimes e que estava adotando "medidas corretivas significativas".

PREÇO

Para os donos de hotéis, cumprir plenamente os severos critérios de segurança de dados estabelecidos pe- las operadoras de cartões de crédito custa caro. E a Trustwave diz que "as ameaças de segurança cibernética vêm crescendo tão rápido quanto as medidas de segurança que empresas adotam contra elas".

A ameaça é constante, afirma Roman. "A melhor pro- teção é a vigilância, e isso dá trabalho".

O trabalho inclui usar senhas complexas, tomar cuidado ao empregar redes públicas de Wi-Fi, manter atualizado o software antivírus --e verificar com cuidado as faturas de cartão de crédito.

Falando de trabalho, odeio memorizar senhas, alfabéticas ou numéricas, mas não terei como evitar fazê-lo.


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