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Turismo

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Contra acidentes, esquiador deve respeitar seus limites e os da pista

Para turistas, é importante fazer aulas e alugar equipamentos de segurança nas estações

Seguradoras vendem planos especiais para viagens de esqui; 20% dos casos são fraturas e lesões, segundo GTA

DE SÃO PAULO

Especialistas ouvidos pela Folha são unânimes em listar as melhores maneiras de evitar tombos graves em uma pista de esqui: respeitar os próprios limites --e os da estação--, usar esquipamentos de segurança e fazer aulas antes de se arriscar.

"Esquio há 26 anos e sempre que posso contrato instrutores para aperfeiçoar algumas habilidades", diz Armando de Aguinaga, diretor do site snowonline.com.

A publicitária Larissa Lima de Sá, 22, imobilizou o ombro por um mês depois de uma queda fazendo snowboard na Espanha, há dois anos.

"Meus amigos me deram dicas e eu achei que deveria usar a técnica do esqui, que só tinha feito uma vez; caí na primeira descida", conta.

"Agora, fiquei com receio e só vou esquiar de novo com bons professores, que possam me devolver confiança."

O estudante Diego Mendoza, 26, também prefere voltar a uma pista depois de tomar aulas.

"Nas duas vezes em que estive em Saas-Fee [Suíça], mais caí do que esquiei, apesar de não me machucar", afirma.

Para Frederico Levy, diretor da agência Interpoint, ganhar confiança e consciência de seus limites são os principais benefícios das aulas.

"Os piores acidentes ocorrem quando o esquiador perde o controle; quem conhece a técnica sabe quando desacelerar, parar e até se jogar e cair sem causar problemas para si e para os outros", diz.

Aguinaga, do site snowonline.com, recomenda que, em um pacote de sete dias, separe-se duas horas do primeiro dia para aulas. O segundo dia é livre, para aplicar a teoria na pista; no terceiro, mais duas horas de aula ajudam a corrigir eventuais problemas e dar um salto na técnica.

Nas estações, as aulas podem ser particulares e em grupo. Em Aspen e Vail, as mais populares entre brasileiros, cinco horas custam a partir de US$ 139 (R$ 327) e US$ 195 (R$ 459), respectivamente.

"Tendo pagado US$ 3.000 pela viagem, é um investimento. Sem saber esquiar, você passa sete dias caindo e sofrendo", diz Aguinaga.

MEDO DE QUÊ?

A veterinária Aline Faria, 34, do Rio, usou o curso para perder o medo --ela só acompanhou o marido, fã do esporte, depois de ele viajar sozinho para esquiar três vezes.

"Hoje, nem sei direito o que temia", diz. "Quando cheguei à estação [de Lake Tahoe, na Califórnia], vi a estrutura do lugar, fiz as aulas e conheci meus limites, a primeira impressão de medo se desfez e eu me apaixonei."

Depois da primeira experiência, há oito anos, ela já viajou para esquiar e fazer snowboard sete vezes.

Conhecer a estrutura da estação também ajuda o turista a ter mais segurança.

A empresária carioca Quely Akamatsu, 37, morou no Japão e desde 2007 gosta de esquiar, apesar do medo que sempre sentiu. "Ficava pensando que poderia quebrar a perna. Mas acabei me arriscando e hoje me considero médio craque'", diz ela. "Mas, no snowboard, nem tento." A insegurança nesta modalidade, segundo Quely, de deve à falta de bastões.

Dos tombos que levou, a empresária conta ter se machucado só uma vez. "Bati a cabeça e senti uma tontura, mas não foi nada grave."

PARA SE SENTIR SEGURO

Depois das aulas e antes de "cair nas pistas", é fundamental certificar-se dos equipamentos de segurança.

Os capacetes, em geral, não estão no kit básico de aluguel de equipamento (esqui, botas e bastões). Mas a peça tem preço em conta: em Aspen, custa US$ 10 (R$ 23) por dia; o pacote básico de equipamentos, US$ 41 (R$ 96).

E vale: se Michael Schumacher estivesse sem capacete, dizem alguns especialistas, seu acidente teria sido fatal.

No Chile, Levy, da Interpoint, acompanhou um grupo de adolescentes. Um deles, fazendo snowboard, caiu e bateu a prancha na cabeça; com o impacto, o capacete rachou. "Imagine se ele estivesse sem a proteção", afirma.

Além das condições de segurança nas estações, operadoras de seguro-viagem têm apólices específicas para viagens de esportes como esqui.

São seguros que incluem, além do básico, resgates de helicóptero e gastos de US$ 50 mil (R$ 118 mil) só por acidentes de esqui --ocorridos em pistas oficiais.

Mas essas apólices custam mais do que as tradicionais.

Na GTA, o seguro comum custa US$ 48 (R$ 113) por oito dias de viagem; o de esqui sai por no mínimo US$ 55 (R$ 130). Na Intermundial, o seguro Ski Plus custa a partir de R$ 136; os para viagens à Europa (sem esqui), R$ 89.

"Em Bariloche, de cada dez atendimentos, dois são por fraturas ou torções", diz Celso Guelfi, presidente da a GTA. "É curioso, mas há mais casos de gente que escorrega antes de esquiar ou acompanhando quem está na pista."

Mal-estares por causa da altitude também estão na lista de fatores que levam ao hospital nas estações.

"Problemas pela mudança de temperatura e pressão representam metade dos atendimentos --os outros 50% são por lesões leves e fraturas", diz Fabiano Lima, diretor da SulAmérica. "O turista precisa sempre checar se acidentes de esqui estão entre os riscos da apólice contratada."

Além do seguro-viagem, algumas estações têm seguros próprios, que reembolsam o turista no caso de doenças e acidentes que o impossibilitem de esquiar. Na de Vail, custa US$ 20 (R$ 47).

Mas analise se é mesmo necessário --tendo comprado um seguro com antecedência-- e cheque se ele se aplica a cidadãos de fora do país onde é vendido.


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