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Zeca Camargo

98, 99... 100!

Sem medo de me contradizer, quero chegar ao 100º destino visitado para tirar esses números da minha cabeça

No momento em que você está lendo isto eu estou visitando meu 98º país. O lugar onde eu estou é menos importante do que a conta que estou fazendo --e escrevo isso ciente de que na minha estreia desta coluna eu mesmo admiti que dava uma importância cada vez menor a esse placar... Mas sem medo de cair em contradição, explico que o que quero é justamente tirar esses números da minha cabeça --quero chegar logo ao centésimo país, para parar de me preocupar em contabilizar os lugares visitados.

Não quero ficar escravo disso --por que se não, onde vou parar? No limite político-geográfico do mundo, sem dúvida (atualmente, são 194). Mas e se eu quiser contar quantas cidades eu já visitei no mundo? (Pensa que eu já não me peguei fazendo exatamente essa pergunta?). Não tive a paciência de listar todas elas, mas num cálculo rápido, considerando que em boa parte dos países que visitei eu conheci pelo menos duas cidades --a capital e mais um destino-- e que em alguns outros países esse número dobra (França, Reino Unido, Japão, Tailândia, Vietnã, Chile) ou até mesmo triplica (EUA, Portugal, Espanha, Itália, Índia), tirando uma média, acho que posso chegar em 300/350 cidades. E pode botar mais umas 50 aí se a gente for incluir o Brasil. Então por que não arredondar para 500?

Ou digamos que sua meta não seja geográfica, mas histórica. Quantos castelos importantes você quer visitar? Cinquenta? Cem? Ou talvez seu interesse seja arquitetura: qual a lista ideal de "maravilhas do mundo"? Só sete? Por que não expandir para 20? Vinte e cinco? Trinta? Que tal tentar a gastronomia e percorrer os 50 melhores restaurantes do mundo? E que tal ser ainda mais ambicioso? Já dei mais de uma volta ao mundo, mas por que parar em "apenas" três?

Esse é o "dilema" do viajante: livrar-se de qualquer tipo de obrigação e simplesmente aproveitar a viagem. É exatamente isso que estou fazendo agora, numa enorme correria, por conta dessa contagem progressiva rumo ao cem (acelerada pelo fato de eu querer chegar lá antes do meu aniversário de 51 anos, em abril).

Semana que vem vai ser o país de número 99. E, em pleno Carnaval, já está planejada a viagem para o centésimo destino --que, se tudo ocorrer como o planejado, será em grande estilo. Todos esses destinos, claro, serão devidamente celebradas aqui neste espaço, num tempo oportuno. Mas e aí? E aí que eu estou assumindo publicamente um compromisso de não me preocupar mais com isso.

Depois do carimbo de número cem no meu passaporte, vou voltar a lugares que conheci sem culpa de não estar preenchendo uma lista. Vou esticar laços de amizades que ficaram frouxos em cantos distantes por conta de outras viagens. E vou passar a encarar embarques e desembarques como meras cancelas de um território livre, que é sim muito meu --e seu: esse mundo que tá aí.

Mas se você tiver uma boa ideia de qual possa ser meu 101º país, acho que aceito uma sugestão...


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