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Foco

Rede social polêmica permite a turista 'atraente' viajar às custas de 'generosos'

DE SÃO PAULO

Um site que pode ser definido como uma rede social de viagens e relacionamentos tem feito barulho nos EUA.

O Miss Travel (misstravel.com), ao contrário de redes tradicionais de turismo, não existe para trocar experiências sobre hotéis e restaurantes.

A ideia é fazer com que pessoas "bonitas, liberais, dispostas a aventuras e que gostam de viajar, mas não têm dinheiro" encontrem gente para pagar por suas viagens.

Funciona assim: usuários criam seu perfil como um "turista atraente" ou um "turista generoso". Depois, preenchem um cadastro com dados sobre a aparência, a renda mensal, lugares que querem conhecer e o que buscam: encontro, amizade, namoro, casamento ou relação informal.

Se encontram alguém com perfil desejável (que quer viajar para o mesmo lugar), mandam uma mensagem privada --usuários "generosos" pagam uma taxa para isso.

O site sugere que o usuário "generoso" ofereça uma viagem da usuária "atraente" até sua cidade, visite-a ou convide-a para outro destino.

Ainda que a linguagem visual do site seja baseada em homens bancando viagens de mulheres, pessoas de ambos os sexos podem ser "atraentes" ou "generosos".

Desde a sua criação, em abril de 2012, o Miss Travel já promoveu cerca de 300 mil viagens, segundo o site. Dos 325 mil membros, 1% é do Brasil; há 694 homens "generosos" e 2.423 mulheres "atraentes" do país, ainda de acordo com a empresa, que pretende estrear, no primeiro semestre, uma versão do endereço em português.

Brandon Wade, fundador do site, criou mais páginas de namoro controversas. Na What's Your Price? (qual é seu preço?) homens oferecem dinheiro para sair com garotas.

Mas tanto este quanto o Miss Travel dizem não aceitar acompanhantes pagas. A empresa não se responsabiliza pelos dados dos usuários, mas diz agir para detectar quem burla a regra. "Checamos cada perfil", diz Jennifer Gwynn, diretora de marketing. "Quem usa o site de forma inapropriada ou usa imagens de sites de acompanhantes é expulso."

Wade costuma dizer, em entrevistas: "Se você é homem, deve ser generoso com as mulheres, e há uma grande diferença entre ser generoso e pagar por uma acompanhante".

Mas é bom desconfiar, alerta Ailton Amélio da Silva, professor de psicologia da USP. "O fato de dizer atraente', e não interessante', divertida', indica que não deve haver tão boas intenções."

O Miss Travel ainda dedica uma seção para dicas de segurança a seus viajantes. Além de bom senso, a página recomenda precauções como "nunca viaje para fora de sua cidade para encontrar alguém que você não conheça bem" e "esteja certo que você tem dinheiro para voltar em caso de emergência".

Até hoje, segundo Gwynn, "não houve reclamações em relação à segurança".

É preciso lembrar, segundo o advogado criminalista Guilherme San Juan Araujo, que essas situações envolvem insegurança e risco, pois tratam-se de relações virtuais, com desconhecidos --e fora de ambientes seguros. "Juridicamente, chamamos isso de autoexposição da vítima ao risco."


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