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Depois de anos de crise, Bariloche quer voltar a atrair esquiadores
Estação inaugura nesta temporada espaço que isola outras atividades das pistas principais
Cidade de San Carlos de Bariloche tem estrutura respeitável e passeios com belas paisagens ao redor de lago
Gripe suína em 2009, erupções vulcânicas e cinzas por todo o lado em 2011... Os últimos anos não foram fáceis para Bariloche, principal estação de esqui argentina.
Operadores ouvidos pela Folha também dizem que a massificação não fez bem ao lugar como destino de esqui.
"Apesar do bom número de pistas e da estrutura de lifts', a melhor do continente, é difícil vendermos pacotes para grupos de esquiadores; o destino se tornou essencialmente familiar", diz André Napp, do site snowonline.com.
Eduardo Gaz, da SkiBrasil, completa: "É um destino turístico, para ter contato com a neve; esquiadores não têm lá a melhor experiência". Por isso, os administradores --que assumiram a montanha, Cerro Catedral, há três anos-- concentram investimentos na segmentação de públicos.
A temporada 2014, que deve se estender de 19 de junho a 15 de outubro, marca a inauguração de um espaço batizado de Cerro Mágico.
O local, na base da montanha e isolado das pistas de esqui e snowboard, é voltado para atividades como esquibunda, descidas de trenó e "tubing" (em botes infláveis).
Iniciantes também terão à disposição novos "magic carpets", tipo de esteira rolante para subir a montanha.
VERSATILIDADE
Além das 60 pistas, o maior número entre as estações da América do Sul, Bariloche se destaca pela estrutura respeitável fora do "cerro".
Ficaram famosas na região as lojas de chocolate, as cervejarias artesanais, o chá da tarde do hotel Llao Llao e o circuito Chico --tour de quatro horas ao redor do lago Nahuel Huapi, com mirantes como o de Cerro Campanário.
O advogado Theodoro Agostinho, 36, de São Paulo, passou uma semana de lua de mel na região em setembro do ano passado --mas não esquiou nenhuma vez.
"Comemos em bons restaurantes, fizemos passeios com vistas incríveis... A cidade tem essa mescla, de vida urbana e estação de esqui", conta. Ainda assim, os planos do casal são de voltar para lá e aprender a esquiar.
Até porque, muitas das vistas que se têm nos passeios estão disponíveis também para quem desce a montanha de esqui --o mesmo se dá na estação de Cerro Bayo, na vizinha Villa la Angostura.
"A natureza de Bariloche é maravilhosa; para aproveitá-la e curtir a boa estrutura da estação é melhor ir no final da temporada, a partir do fim de agosto, quando o volume de pessoas e de jovens diminui", diz o empresário paulistano Mauro Martins, 58, que esteve quatro vezes no centro.