Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Turismo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Um dia com as jubartes

Passeio de barco para observar baleias é 'sem rumo' e acaba com silêncio dos tripulantes, impressionados com agitação de machos

GUSTAVO SIMON DO ENVIADO A CARAVELAS

Leia o relato do passeio que o repórter da Folha fez no litoral sul da Bahia no dia 9 de agosto.

5h50
O despertador toca. O passeio só começa às 7h, mas preciso chegar cedo à agência e minha pousada fica a 10 km do centro de Caravelas.

8h
Depois de deixarmos o canal do rio Caravelas, parecíamos navegar sem rumo pelo mar. Não parecia, era sem rumo. A guia explica que é impossível saber exatamente o ponto em que há jubartes. E recomendou: "O primeiro que vir sinal delas, avisa!".

8h25
O capitão e um passageiro dizem ter visto o que parecia ser um salto de baleia. Todos os passageiros, que tomavam sol ou descansavam, se agitam e vêm para a proa do catamarã.
Quando nos aproximamos da baleia, dez minutos depois, percebemos se tratar de um grupo, que a guia estimou em mais de dez exemplares. Não se viu nenhum salto, só dorsos projetados para fora da água e muitos borrifos. Mas uma baleia sai da água bem próxima à proa e um par exibe seus dorsos, minutos depois, quase na popa do catamarã.
Nossa excitação indicava que o melhor estava por vir. Mas percebo que, sem a ferramenta de disparo contínuo na câmera, pode ser difícil conseguir boas imagens.

9h30
Duas baleias aparecem, mas pouco se movimentam. Dois minutos depois de darem as caras, já afundam e não voltam mais. Seguimos viagem.

10h05
Já vendo as ilhas de Abrolhos, somos "obrigados" a mudar um pouco o rumo do catamarã: um filhote saltando nos chama a atenção, de longe.
Antes de chegamos perto, ele logo interrompe os saltos. Mas, ao redor dele, um grupo se revela, e de forma agitada: uma das baleias chega a exibir sua nadadeira peitoral.

10h40
Chegamos a Abrolhos. Na água, de azul muito claro, já se avistam algumas tartarugas próximas ao barco.
Desembarcamos na ilha Siriba, única do arquipélago que pode ser visitada a pé. O território é das aves: atobás e grazinas estão por toda a parte; é possível chegar a poucos centímetros até de seus ninhos.
Uma trilha de 1,6 km circunda a ilha, mas só caminhamos até uma das extremidades da Siriba, formada por paredes de rocha vulcânica.

11h30
Chegamos à costa da ilha Santa Bárbara, administrada pela Marinha. Com snorkel, caio na água para explorar a rica fauna marinha --há, em Abrolhos, exemplares de todas as 18 espécies de coral existentes no Brasil, incluindo uma endêmica, o coral-cérebro.
Não vejo três tartarugas e uma arraia que um casal relata ter avistado, mas passam por baixo de mim um badejo e centenas de peixes. Depois de almoçar a bordo --salada e macarrão--, deixamos Abrolhos. O catamarã reduz a velocidade: mãe e filhote são vistos ao nosso lado. Uma emoção extra: ela apoia o filhote na cabeça e o leva à superfície para respirar.
Mais à frente, uma baleia solitária descansa na superfície, plácida --mas afunda quando chegamos perto.

15h
Toda a excitação que já tínhamos sentido se multiplica de forma exponencial: primeiro com dois golfinhos se aproximando do barco e, mais longe, interagindo com as baleias.
O grupo de jubartes é generoso: vejo (e clico) oito caudas fora da água --na ausência de saltos, são essas partes da baleia as que mais empolgam.
Todos (até os guias) silenciam até o som de um borrifo chamar a atenção. Quando a situação parece ter se acalmado, três ou quatro machos erguem suas nadadeiras ventrais e as batem com força na água. Podemos sentir a força de um animal de 16 metros e 40 toneladas: as batidas das nadadeiras ressoam na água.

18h15
Chegamos em Caravelas, com o céu tingido de laranja e rosa. No caminho entre a última avistagem de perto e o fim do passeio, vemos outras baleias; algumas saltando, mas só de longe. Era suficiente.

Assista ao vídeo do tour e confira pacotes em
folha.com/turismo


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página