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Turismo

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Bancoc em 36 horas

Capital da Tailândia oferece passeios muito baratos, além de opções gastronômicas saborosas e requintes associados a vistas panorâmicas

THOMAS FULLER DO "NEW YORK TIMES"

Bancoc oferece a mistura perfeita. É uma cidade moderna, mas não antisséptica. Pode apresentar também luxo e requinte aos turistas, além de boa comida a preços ainda acessíveis.

Ao brilho do sol tropical, ela pode parecer um feio emaranhado de cabos elétricos e asfalto rachado, mas, em meio ao caos, os visitantes encontram personalidade.

Em muitos casos, extremos coexistem: arranha-céus e velhos cortiços sujos, restaurantes finos com guardanapos de linho e carrinhos de rua vendendo saborosos pratos locais, hotéis de cinco estrelas e pousadas fuleiras repletas de mochileiros.

Atravessar Bancoc é visitar diversos mundos a um só tempo. E fazê-lo está se tornando cada vez mais prático. A cidade de trânsito paralisante agora oferece amplas opções de transporte público, que variam de barcos a um sistema de metrô em constante expansão.

E, se existe um motivo que leva os visitantes a retornar sempre a Bancoc, é o povo.

O anonimato e a rotina cansativa da vida começam lentamente a desgastar o perpétuo sorriso dos tailandeses. Mas Bancoc continua a ser uma das cidades mais amigáveis do planeta, ainda imbuída das tradições de hospitalidade e cortesia que prevalecem nas aldeias tailandesas.

Sexta-feira, 17h

CRUZEIRO SIAMÊS

A vida fluvial de Bancoc está renascendo. Armazéns de carga foram convertidos em um mercado noturno para os turistas. Restaurantes e hotéis-butique ocupam as margens do rio Chao Phraya, e o Grande Palácio e o Wat Arun (Templo da Alvorada) são ambos magnificamente iluminados à noite.

Faça um passeio privado de barco de 20 minutos de duração, de preferência em um cruzeiro fluvial cafona, pelas águas do rio Chao Phraya. O tour é gratuito se você reservar uma mesa no restaurante Chon Thai, no Siam Hotel (thesiamhotel.com).

Peça que o barco o apanhe no píer de Saphan Taksin, na parada homônima do trem elevado. Tome um coquetel ao pôr do sol no píer do hotel, antes de entrar na edificação de dois andares na qual o jantar será servido.

Experimente a salada de pomelo (fruto cítrico) e costeletas de porco recheadas com mel longan e limão. Os corredores do hotel abrigam a coleção de antiguidades dos proprietários, uma família tailandesa-americana -grandes gabinetes de teca e leitos para o consumo de ópio, bem como outras peças.

22h

UM DRINQUE À MODA DOS MOCHILEIROS

Caminhe pelo gueto internacional de Bancoc, o movimentado distrito que margeia a Khao San Road, a região mais procurada pelos mochileiros do Sudeste Asiático.

Há décadas, esse emaranhado de vielas e becos é um polo de comida e hospedagem barata para visitantes europeus e norte-americanos de baixo orçamento.

Agora, a região -partes dela são reservadas a pedestres no horário noturno- se tornou um ponto de encontro para os jovens tailandeses, que caminham pelo bairro e contemplam os mochileiros, bebendo cerveja barata.

Termine a noite assistindo a um show no minúsculo bar Blues (13, Samsen Road; 00/xx/66/89-769-4613), que fica a apenas dez minutos a pé da Khao San Road, logo após a ponte sobre o canal Samsen.

Sábado, 9h

O LABIRINTO DOS MERCADOS

Antes que os shoppings com ar-condicionado brotassem em toda a parte em Bancoc, um dos pontos comerciais mais atraentes era o Chatuchak, um vasto mercado de rua no subúrbio norte.

Os vendedores com barracas instaladas no mercado oferecem de tudo, de camisas de grife falsificadas a óleos de aromaterapia, vasos de plantas e répteis. É fácil perder o rumo nos becos de Chatuchak, um espaço que fica meio a céu aberto e meio protegido por toldos e por telhados precários e esburacados.

Se você não se interessa por compras, será uma aventura antropológica, uma prova do espírito empreendedor e da criatividade que ajudaram a tirar o país da pobreza.

12h

ALMOCE 'SOM TAM'

Uma das opções culinárias mais antigas e mais confiáveis de Bancoc fica bem perto de Chatuchack e se chama Or Tor Kor. Na parte frontal desse mercado, ficam barracas de fruta incomumente asseadas, que atraem os moradores da cidade pelos produtos de alta qualidade.

Perto do estacionamento, há uma loja que vende a especialidade do nordeste da Tailândia, o "som tam" (uma salada de mamão papaia verde) e frango grelhado por 140 baht (menos de R$ 10).

O Sood Jai Kai Yang (cujo nome está escrito apenas em tailandês), um restaurante vizinho, funciona há 30 anos e é uma lenda local. Peça "som tam thai" (50 baht; R$ 3,50) e, a menos que sua garganta seja feita de aço, solicite que venha com pouco tempero.

Ao lado, há um restaurante com ar-condicionado que vende sobremesas tradicionais, entre as quais mangas e arroz-doce (130 baht, R$ 9, o prato). Todas as barracas do mercado têm a reputação de serem asseadas.

14h

TIRANDO OS NÓS

Depois da caminhada por Chatuchak e uma refeição ao ar livre, é hora de relaxar. Há centenas de casas de massagem em Bancoc, variando de spas cinco estrelas, que mimam clientes, a salões locais.

Na categoria bom custo-benefício, uma boa recomendação é o Touch (thetouch1.com), onde uma seção de uma hora de massagem nos pés custa 300 baht (R$ 20) e inclui massagens nos ombros, costas e cabeça.

Há duas filiais, ambas amistosas, limpas e abertas até a meia-noite, em Soi Ruamrudee, no centro comercial da cidade. A parada mais próxima do trem elevado é a de Ploenchit. Você pode ligar para o Touch e um "tuk-tuk" (triciclo motorizado para o transporte de passageiros) o apanhará na estação.

16h

UM CLÁSSICO À BEIRA DO RIO

Em uma cidade na qual o velho é demolido com tanta frequência para ceder espaço ao novo, o Mandarin Oriental Hotel (mandarinoriental.com/bangkok) preserva história e é famoso por ter hospedado escritores como Joseph Conrad e Somerset Maugham.

Hoje em dia, ficar no Mandarin Oriental é tão caro que você teria de liquidar sua poupança ou vender um rim para pagar a conta. Mas o hotel pode ser visto mesmo por aqueles que não pretendem se hospedar lá.

O chá da tarde é servido das 14h30 às 18h na mobília de vime do iluminado e alegre Author's Lounge, ao custo de 1.471 baht (R$ 100) por mesa para dois.

Outras possibilidades incluem beber ao pôr do sol nas margens do Chao Phraya ou uma refeição no Sala Rim Naam, do outro lado do rio, acessível pela balsa do hotel. No spa, também do outro lado do rio, uma massagem tailandesa custa 2,9 mil baht. Os preços de outros serviços são ainda mais altos.

18h

A CIDADE LÁ EMBAIXO

Esse talvez seja o mais deslumbrante bar elevado que você verá na vida. Enfrente as multidões por uma mesa no Sky Bar Atop State Tower (no Lebua Hotel; lebua.com/sky-bar). O bar justifica o nome, e uma vertiginosa escada em espiral conduz do topo da torre às mesas mais abaixo.

O estabelecimento tem um código de etiqueta que proíbe a entrada de visitantes usando chinelos de dedo, calções ou roupas rasgadas. A clientela é quase toda de estrangeiros endinheirados.

Consulte o cardápio de bebidas antes de pedir. Uma cerveja Singha sai por 320 baht (R$ 22) -e uma taça de bom champanhe custa 2,9 mil baht (R$ 197).

Paga-se pela vista: um panorama do centro de Bancoc, do rio Chao Phraia e da região circundante.

20h

QUANTO MAIS TEMPERADO, MELHOR

Quando David Thompson inaugurou o Nahm, no Metropolitan Hotel (comohotels.com/metropolitanbangkok/dining/nahm), em 2010, Bancoc mal acreditava que um chef australiano tivesse optado pela culinária tailandesa "autêntica".

Dois anos de alto movimento no Nahm serviram para confirmar o lugar de Thompson no firmamento da culinária tailandesa.

Basta uma mordida de sua entrada mais conhecida -o "ma hor", uma mistura agridoce de carne de porco moída, açúcar de palma, cebolinha, alho, amendoim e abacaxi- para saber que você está diante de uma autêntica refeição tailandesa.

Experimente a salada de frango grelhado com geleia de chili e opte por durião (fruto de árvore nativa da Malásia, com sabor de caramelo) e arroz-doce como sobremesa, uma obra-prima.

Um alerta: muitos dos pratos são bastante temperados. Cerca de 2.000 baht (R$ 136) por pessoa, sem vinho.

23h

CAÇA AOS DURIÕES

Caminhe pelas ruas iluminadas a neon de Chinatown (Yoawarat) e se deixe guiar pelo olfato. Os vendedores de rua vendem duriões, uma deliciosa fruta local. Não se deixe desestimular por aqueles que dizem que ela tem cheiro de lixo ou de meias sujas.

O durião é conhecido como o rei das frutas porque sua textura cremosa é única entre os vegetais. A fruta cresce o ano inteiro na Tailândia, mas as variedades mais saborosas chegam ao comércio entre abril e setembro.

Domingo, 8h30

VISTA DOURADA

Vislumbre os encantos da velha Bancoc antes que desapareçam -as lojas construídas com madeira e as alamedas arborizadas entrecortadas por canais.

Caminhe pelos degraus do Pukhao Tong (monte Dourado), ouvindo os cânticos dos monges. O templo fica em um dos mais antigos bairros de Bancoc, perto do Grande Palácio. Coma macarrão chinês em um dos restaurantes caseiros ou barracas que ficam no sopé do monte Dourado.

11h

CONSUMO FRENÉTICO

A cinco minutos do monte Dourado, você encontrará o ponto inicial do Saen Saeb, um serviço de barcos que percorrem os canais da cidade.

Embarcar requer agilidade, mas o preço compensa: menos de 20 baht (R$ 1,40) pelo percurso até o Pratunam (Portão da Água), o centro do bairro comercial de Bancoc.

Peça para os colegas de viagem o avisarem quando chegar a hora de descer porque a tripulação do barco não avisa sobre as paradas. Do Pratunam, vá à Ratchaprasong Skywalk, uma passarela elevada que conecta alguns dos shoppings da cidade, com mais de 800 metros de extensão. Lá embaixo, na rua, fica o templo Erawan, do qual emanam nuvens do incenso e onde multidões oram à divindade residente, Phra Phrom, pela prosperidade.

13h

ASSISTA RECLINADO

Assista a uma matinê no cineplex de Siam Paragon (majorcineplex.com/en/cinema/paragon-cineplex). Os assentos "fita azul" custam 1.500 baht (R$ 102) o par e se parecem com as poltronas de primeira classe de avião.

Os ingressos dão direito a salgadinhos e bebidas. Não se esqueça de se levantar para o hino tailandês, antes do início da sessão. Os horários dos filmes estão no site.

ACOMODAÇÕES

Apartamentos para turistas como os da cadeia Centre Point (centrepoint.com), em diversas partes da cidade, têm diárias a partir de US$ 120 (R$ 238).

O hotel Praya Palazzo (prayapalazzo.com), recentemente inaugurado, tem quartos a partir de 4.200 baht (R$ 258) e é uma antiga mansão acessível de barco pelo píer de Phra Arthit.


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