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Retrovisor

RETROVISOR IVAN FINOTTI ivan.finotti@grupofolha.com.br

Duas alegrias

Ele sempre gostou de motores potentes, então lá veio o Diplomata, o Landau e, agora, o Aero Willys Itamaraty

O repórter fotográfico Luiz Carlos Gomes, 29, na Folha há sete anos, pilotava um Opala Diplomata 1988 preto quando ganhou o apelido de Apu.

Foi um colega fotógrafo que considerou a ascendência do rapaz, meio baiana e meio mineira, a cara do indiano Apu, personagem de "Os Simpsons".

"Apelido ruim é o que pega", lamenta ele, que logo assumiu a alcunha ao perceber a vantagem de se diferenciar de diversos outros fotógrafos chamados Luiz Carlos na imprensa brasileira.

O Diplomata foi seu primeiro veículo. "Sempre gostei de carro potente. Na minha lógica, não quis um popular novo. Usei a entrada para pegar um antigo e a prestação para ir arrumando."

Pouco depois, trocou o Diplomata seis cilindros por um legítimo V8, um Galaxie Landau 1979 azul. E, há três anos, se apaixonou por um Aero Willys Itamaraty 1966 vermelho caindo aos pedaços.

Desde então, seu salário vem sendo convertido em gasolina para o tanque sem fundo do Landau e em tintas e peças para restaurar o Itamaraty.

O problema do Galaxie é que ele é gigantesco, e Apu anda na casa dos 1,60 m. "Não, não preciso de almofada para dirigir. Mas tenho que trazer o banco pra frente. O mais pra frente possível, na verdade."

O leitor atento já deve ter matado a charada do título desta coluna, duas alegrias, sendo elas o Landau e o Itamaraty.

Errado. A frase vem da máxima que o pai de Apu repete há anos para o filho. Motorista aposentado de ônibus (rodoviário e urbano), o senhor José Gomes já teve sua cota de antigos (uma Rural) e não gostou nadinha quando o menino resolveu seguir os seus passos.

"Ouça bem, Luiz Carlos. Esse negócio de carro antigo só dá duas alegrias: uma quando você compra, outra quando você vende."

"É verdade", admite o fotógrafo. "Estou tentando passar o Landau pra frente há um ano, já abaixei o preço, e nada." Nada como a sabedoria paterna.


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