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Ônibus urbano trepida mais que o tolerável

Análise é da associação de medicina de tráfego, que diz que isso pode ser insalubre para quem usa o veículo por horas

Nos carros de passeio, falta de balanceamento das rodas e motor desregulado podem agravar o desconforto

DE SÃO PAULO

Testes feitos por engenheiros de segurança e médicos do trabalho em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte observaram que ônibus do sistema de transporte público apresentaram nível de trepidação acima do tolerado pela norma internacional ISO 2.631.

Segundo o médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor da Abramet (associação de medicina do tráfego), que analisou os dados, alguns ônibus apresentaram vibração de até 1,05 m/s², enquanto o limite recomendável é de 0,63 m/s² --quase 70% a mais.

"Isso pode ser insalubre, caso a pessoa viaje mais de duas horas diariamente", alerta o especialista.

Para Paulo Roberto Weingarer Jr., analista técnico do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária), o entre-eixos longo, a motorização [geralmente a diesel] e o acabamento simplório desses veículos ajudam a propagar as vibrações.

CARROS DE PASSEIO

Automóveis sofisticados apresentam menores níveis de trepidação, tendendo a provocar menos estresse e desconfortos nos ocupantes em viagens longas.

"Para reduzir os níveis de vibração dos carros de passeio em cerca de 25% na última década, as montadoras investiram em novas tecnologias, como compostos novos para a carroceria, melhor escalonamento das marchas e sistemas isolantes mais eficientes", explica Nilton Monteiro, diretor da AEA (associação de engenheiros).

Falta de balanceamento das rodas e motor desregulado podem agravar o desconforto. As motos também receberam melhorias, mas os modelos mais simples ainda se equiparam aos ônibus em relação a vibrações.

Segundo médicos, mulheres grávidas são mais sensíveis aos efeitos do balanço do veículo, podendo sofrer até aumento da frequência cardíaca e mal-estar.

Foi o que aconteceu com a atendente Poliana Borges, 21. "Notava que meu bebê se agitava muito na barriga quando eu passava mais de trinta minutos em um veículo. Eu sentia muitas dores abdominais."

Médicos ouvidos pela Folha afirmam que as mulheres devem evitar o volante a partir do quinto mês de gestação.


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