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DENIS CISMA denis@cisma.com.br

De volta às aulas

matriculei-me no primeiro curso de restauração de veículos antigos disponível no Brasil

Botei meu cérebro enferrujado para funcionar: matriculei-me no primeiro curso de restauração de veículos antigos do Brasil, ministrado na sede do Clube do Carro Antigo no Jabaquara por Ricardo Oppi, 54, restaurador com mais de 35 anos de experiência, e Carlos Armando Castilho, 50, maior especialista brasileiro em design automobilístico.

Meus colegas de turma são, como é de se esperar, obcecados por automóveis. Um deles, Thiago Amorim, se diz literalmente doente por carros. Já teve tendinite, bursite e lombalgia. Tudo por trabalhar sem recursos na mecânica do seu antigo. Levantar o bloco do motor no braço não foi uma boa ideia, diz ele. Fazendo o curso, ele descobriu diversos erros que estava cometendo sem saber ao restaurar "na raça".

Apesar da maioria masculina, existem mulheres fazendo o curso também. Denise Borro tem uma coleção de automóveis exóticos, como um minicaminhão Honda 1968 e um Motorhome Winnebago 1972.

O curso é mais teórico do que prático, e serve de requisito básico para os cursos de mecânica, funilaria, pintura, elétrica, tapeçaria e marcenaria -sim, os carros mais antigos tinham estrutura em madeira, com fabricação que se assemelhava muito às de charretes. Aprendi isso nas aulas de história do automóvel do professor Castilho, sempre com o contexto cultural, politico e econômico de cada década.

As turmas do período noturno e diurno se encontraram em um sábado com Fábio Pagotto para uma visita monitorada à restauradora Clássicos Caslini, em Riberão Pires (SP). Viajamos para lá em um antigo ônibus escolar americano pertencente ao clube.

Fazia muito tempo que não acordava cedo para ir à escola. Voltar a fazer anotações na apostila, permanecer sentado na carteira por horas e participar da zoeira da turma do fundão do ônibus faz eu me sentir como uma criança.

Quem diria que um dia ficaria feliz de ir à aula aos sábados de manhã.


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