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Carros elétricos continuam longe do Brasil

Com preço alto até onde há incentivos fiscais, modelos como o 500e estão fora da agenda de lançamentos

Há mais de mil pontos de recarga na Califórnia; em alguns desses locais, o reabastecimento das baterias é grátis

JOSIAS SILVEIRA ENVIADO ESPECIAL A MICHIGAN (EUA) MARIO BUCCI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em meio ao ronco de enormes motores V8, a chave do Fiat 500e é girada no contato. Surge apenas um "bip" e o carro segue em silêncio pelo campo de provas de Chelsea, no Estado americano de Michigan. O pequeno veículo elétrico estreia neste mês. A princípio, será vendido somente na Califórnia.

Na pista de testes, o marcador das baterias indica que há mais de 70% de carga. Mesmo sendo mais pesado que um 500 convencional, o Fiat elétrico acelera rápido e quieto.

A potência equivale a 111 cv, suficientes para que o 500e chegue aos 100 km/h em cerca de 10s, marca semelhante à obtida por carros compactos com motor 1.6 flex.

Os pneus de baixo atrito ajudam a melhorar a autonomia, que fica entre 140 km e 160 km em percursos combinados de cidade e estrada. A velocidade máxima é limitada a 140 km/h.

POR QUE NÃO?

Com tantas qualidades e emissão zero de poluentes, é fácil imaginar que um carrinho como o 500e teria chances de sucesso no Brasil. Contudo, há muitas questões a serem resolvidas.

"O alto custo de desenvolvimento tem um forte impacto no preço dos modelos elétricos. As baterias, por exemplo, têm valores bastante elevados", explica Ricardo Dilser, assessor técnico da Fiat.

Mesmo nos Estados Unidos, o 500 elétrico custa caro: US$ 32,6 mil, que equivalem a R$ 72,7 mil. É o dobro do preço da versão a gasolina na Califórnia.

Por isso, a Fiat não tem planos de trazer essa opção do compacto ao Brasil. Pelas regras tributárias atuais, o modelo chegaria às lojas do país custando cerca de R$ 150 mil.

"Há quinze anos, um monitor LCD de computador custava oito vezes mais que hoje. Porém, com o ganho de escala, os preços são gradativamente reduzidos. Esse movimento precisa ser acompanhado por incentivos fiscais", diz Ricardo Guggisberg, diretor do Salão de Veículos Elétricos promovido pela ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos).

Além da questão tributária --os 25% de alíquota de IPI que incide sobre os carros elétricos é superior às taxas de todas as categorias de veículos a combustão--, há o problema da infraestrutura.

A Califórnia foi escolhida para a estreia do 500e por oferecer incentivos fiscais a esse tipo de veículo e possuir uma rede com mais de mil pontos de recarga das baterias. Em alguns locais, o reabastecimento é grátis. Em outros, paga-se o equivalente a R$ 4 por hora.

Dessa forma, a vida com um elétrico fica bem mais simples.


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