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Farol alto
EDUARDO SODRÉ eduardo.sodre@grupofolha.com.br
Henry Ford, 150
O criador ficaria orgulhoso se pudesse ver sua linha de montagem sendo mais uma vez reinventada
O carreto robotizado percorre os corredores da fábrica de carros. Na caçamba, componentes eletrônicos são levados de um ponto a outro da linha de produção. Sensores indicam o caminho para o veículo autônomo, que para instantaneamente caso um operário cruze seu caminho.
Esses carrinhos estão presentes em indústrias mundo afora. São a prova do quanto a produção de veículos evoluiu desde que Henry Ford (1863-1947) estabeleceu a primeira linha de montagem, em 1913.
O criador, que nasceu há 150 anos, ficaria orgulhoso de ver que sua ideia original está sendo mais uma vez reinventada.
As novas plataformas modulares darão origem a produtos totalmente diferentes montados em uma mesma linha, por exemplo. Uma delas é a MQB, do grupo Volkswagen, presente na terceira geração do Audi A3 (já à venda no Brasil) e no Golf VII, que chega ao país em outubro.
Os carros de motor transversal do grupo (exceto o compacto Up!) compartilharão essa tecnologia. Do Polo ao Passat, todos serão MQB e terão uma coisa em comum: a medida que vai do centro das rodas dianteiras aos pedais.
Pode parecer que isso irá eliminar as diferenças entre os segmentos, mas não. O novo método permite o redimensionamento da plataforma para receber diferentes tamanhos de carroceria e de motores, por exemplo. Otimiza a produção, reduz gastos e faz a indústria automotiva permanecer viva.
A aliança Renault-Nissan segue o mesmo caminho com a CMF (iniciais de Família de Módulo Comum, em inglês), que também será adotada na maior parte de seus futuros veículos.
Mas o conceito básico é o mesmo da linha criada por Henry Ford há cem anos: carros montados em modo sequencial, com operários realizando funções específicas. A diferença básica está nas ferramentas utilizadas, como os veículos robotizados que circulam sem motorista.