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Farol alto

Kombi, missão cumprida

O "pão de forma" da VW permanecerá por aí, mas já era hora de deixar a fábrica e entrar para a história

O objetivo da visita ao fornecedor de peças era conhecer um novo sistema de injeção para carros flex. Estávamos em 2004, isso ainda era novidade. De repente, uma Kombi branca surge célere na pista de testes.

O som do motor não combinava com a silhueta vetusta do carro. Era mais limpo, sem o vibrato característico dos Volkswagen a ar. E ainda havia um radiador encrustado na dianteira, igual aos antigos modelos a diesel.

Porém, havia etanol no tanque: eu estava diante da Kombi 1.4 flex, que chegaria ao mercado nacional dois anos depois.

O motorista parou o carro e começou a fazer anotações. Fui até sua janela e perguntei o que estava achando do carro. "Anda muito, o difícil é acertar os freios", disse.

O sistema de injeção virou o tema menos importante do dia. A notícia era o novo motor da Kombi, que garantiria a sobrevida do modelo diante de limites mais rígidos de emissões e de ruídos.

Logo após o lançamento, em 2006, tive a chance de passar uma semana com a Kombi. Entrevistei feirantes, fretistas, gente que passou a vida atrás daquele volante horizontal. E me lembrei do meu pai, que sempre teve um "pão de forma" na garagem.

As boas lembranças não suplantavam a sensação de dirigir algo anacrônico, com nível de segurança de tempos em que não havia preocupação com essas coisas.

Foram dias românticos, mas tensos. A Kombi refrigerada a água realmente andava muito, mas a questão dos freios não parecia bem resolvida. Enfim, era impossível esperar algo melhor de um projeto cinquentenário.

A produção chega ao fim neste ano, com 1,5 milhão de modelos feitos no Brasil e mais alguns importados no início dos anos 1950. Sendo assim, a Kombi permanecerá por aí. Mas já era hora de deixar a fábrica e entrar para a história, pois nada pode dobrar a esquina do tempo.


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