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Um carro chamado cavalo

Aos 50 anos, Mustang muda para conquistar novos mercados, inclusive o brasileiro

RODRIGO MORA ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

Em meados dos anos 1990, o Mustang tentava casar o conceito de um "muscle car" ianque (tamanho médio, motor grande) ao DNA estético europeu. Não deu certo.

Aquele carro mais parecia um Escort anabolizado do que um esportivo americano, bem afastado do que um dia foi o mais icônico modelo da Ford.

Três gerações depois, no fim de 2013, a fabricante tenta novamente conectar os conceitos alicerçados nos EUA ao estilo europeu de conceber automóveis. Enfim, funcionou.

Visualmente, o Mustang perdeu o estilo truculento e está mais esguio, sem abrir mão da identidade. Mesmo diferente, será reconhecido mundialmente.

É essa pretensão global que leva o motor 2.3 Ecoboost ao Mustang. Trata-se do passaporte do modelo outrora tipicamente americano (tanto no estilo como na sede por petróleo) para mercados ao redor do mundo -sobretudo o europeu, mais exigente quando o assunto é baixo consumo de combustível.

Com 315 cv e 44,2 kgfm de torque, essa configuração de quatro cilindros e turbo ofusca a versão 3.7 V6 (305 cv), a mais barata da linha.

Num percurso de 80 quilômetros, o Mustang Ecoboost deixou a certeza de ser o carro certo para quem está mais interessado no status de dirigir um ícone americano do que no significado disso ao volante.

O esportivo roda suave, praticamente como um sedã de luxo. Há eficiência, mas pouca empolgação.

No entanto, a bordo da versão 5.0 V8 (441 cv e 55,3 kgfm de torque) com câmbio manual de seis marchas, os trejeitos de um verdadeiro "muscle car" vêm à tona.

O ronco do motor é envolvente e ardido, podendo ser facilmente confundido com esportivos das marcas alemães Audi, BMW e Mercedes. A aceleração é progressiva, e lá pelas 4.000 rpm (rotações por minuto) o Mustang dispara, parecendo querer se desgarrar das rédeas.

NO BRASIL

Executivos da Ford se recusam a confirmar quando e por aproximadamente quanto o Mustang desembarcará no Brasil. O tom, no entanto, já não é mais de negação como há pouco menos de um ano, quando o carro foi revelado mundialmente.

Mais importante do que a questão da gasolina brasileira com etanol (E25) ante a disponível nos EUA (E10) é o posicionamento que o Mustang terá por aqui.

Segundo Rogélio Golfarb, vice-presidente da Ford na América do Sul, a mira do esportivo não está apontada para o Chevrolet Camaro, seu rival histórico no mercado dos Estados Unidos, e, sim, para os alemães -no caso, Audi A5 e BMW 435i.

Traduzindo, a Ford não quer o Mustang tão popular quanto o Camaro, que já foi personagem de filme infantil e de música sertaneja.


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