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Montadoras elitistas mudam de estilo para sobreviver

Consumidores puristas são os maiores críticos; marcas, porém, alegam não ter outra saída para ganhar mercado

Fabricantes com apelo popular também tendem a encontrar problemas quando se aventuraram em nichos opostos

RODRIGO LARA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quebrar paradigmas na indústria automotiva é algo complicado não apenas do ponto de vista da inovação. Há um elemento mais complexo de se avaliar que diz respeito à reação do público, em especial a dos fãs de uma determinada marca ou modelo.

Durante o Salão de Paris, a BMW mostrou o protótipo Active Tourer, mistura de hatch e minivan que a marca pretende produzir na futura fábrica brasileira. E, curiosamente, equipado com tração dianteira (mais barata).

O movimento é similar ao feito pela Mercedes na década de 1990 com o lançamento do Classe A. Mais do que quebrar a tradição de fazer carros com tração traseira, o compacto também foi o primeiro modelo "popular" da marca. Sofreu críticas de todos os lados, passou vergonha ao capotar em um teste com jornalistas e nunca vendeu bem.

Seu sucessor, lançado neste ano, mantém somente o nome e a tração dianteira: de monovolume, passou a um hatch de linhas atraentes. E deixou os dias de críticas para trás.

"A ideia é trazer novos clientes para a marca", explica Glauci Toniato, gerente de marketing de produto da marca. Na Mercedes, para acalmar os puristas irritados, faz questão manter produtos clássicos, como o sedã Classe E.

ESPORTIVOS

Fabricantes de esportivos tendem a acumular fanáticos que entram em pânico cada vez que as marcas resolvem inovar. Uma das que mais sofrem com isso é a Porsche, cujos admiradores torcem o nariz sempre que a marca de Stuttgart lança algo que não seja um 911.

Foi assim com o conversível Boxster e, depois, com o jipe Cayenne. O próprio 911 já foi dado como morto quando abandonou os motores refrigerados a ar, em 1998.

Os reclamões esquecem que foram os modelos inéditos que garantiram a saúde financeira da empresa. E, no caso do 911, os antigos motores não se adequariam mais a leis ambientais, de consumo e de ruídos.

As italianas Ferrari e Lamborghini também foram alvo dos radicalis nos últimos anos. A fábrica de Maranello sofreu críticas ao lançar o modelo FF no ano passado. O estilo, similar ao de uma perua, foi o menor dos alvos: o "problema" estava na tração integral, vista como um crime contra a tradição da marca.

Já a Lamborghini mostrou o Urus, um conceito de utilitário esportivo, durante o Salão de Pequim deste ano. Os fãs da marca, obviamente, reclamaram. Esqueceram-se, contudo, que a Lamborghini iniciou suas atividades fabricando tratores.

ATREVIMENTO

Uma marca de apelo mais popular também tende a encontrar problemas quando resolve se aventurar no mundo dos modelos de luxo. O caso aconteceu com a Volkswagen, quando lançou o sedã executivo Phaeton, em 2002, com o intuito de enfrentar os mais sofisticados Audi, Mercedes e BMW.

O carro recebeu boas críticas da imprensa, mas seu problema estava no símbolo VW (iniciais de carro do povo, em alemão) na grade dianteira.

Poucos se interessaram em comprar uma limusine sem status, apesar do preço atraente para o segmento.


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