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Flex, 10

Lançamento dos automóveis movidos a etanol ou gasolina completa uma década; tecnologia ainda gera dúvidas

RODRIGO LARA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um carro movido a etanol e gasolina, puros ou misturados em qualquer proporção dentro do mesmo tanque. Hoje parece simples, mas, há dez anos, a tecnologia flex era algo complexo demais para um mercado acostumado a carros que aceitavam um combustível apenas.

A estreia do Volkswagen Gol 1.6 Total Flex, em 2003, gerou um sentimento de liberdade na escolha do combustível, e também trouxe desconfiança e uma série de dúvidas aos consumidores, que pouco sabiam sobre o funcionamento da nova tecnologia.

O motor era o mesmo AP 1600 de tantos outros modelos VW, mas com mudanças que permitiam ajustar a injeção eletrônica a qualquer mistura que houvesse no tanque. A peça fundamental era -e continua sendo- a sonda lambda, que "lia" o que estava sendo queimado e adequava o sistema.

MUDANÇAS

Da estreia do flex até os dias de hoje, houve evoluções.

"As principais mudanças estão nos módulos que gerenciam o funcionamento do motor. Os softwares se tornaram mais eficazes e rápidos nas leituras dos sensores e nos comandos para dosar o combustível e controlar a queima", diz Henrique Pereira, membro da comissão de motores de ciclo Otto da SAE Brasil (sociedade de engenheiros).

"Todas essas evoluções contribuíram para um menor consumo de combustível, mais potência e melhor taxa de compressão", acrescenta João Irineu Medeiros, diretor de desenvolvimento da FPT (Fiat Powertrain).

LENDAS URBANAS

Apesar dos avanços, os consumidores continuam ouvindo conselhos duvidosos em postos e concessionárias sobre o sistema flex.

A lenda mais comum, segundo especialistas, é que a gasolina deve ser escolhida no primeiro abastecimento para evitar problemas futuros de partida.

"Isso é mito. Todo o conjunto de injeção eletrônica está preparado para funcionar com qualquer variação entre gasolina e etanol", afirma Ricardo Dilser, assessor técnico da Fiat.

Segundo Antonio Alexandre Ferreira Correia, consultor de tecnologia da Petrobras Distribuidora, não é preciso alternar os dois combustíveis de tempos em tempos. "Não há necessidade disso, o motorista pode usar o combustível que quiser".

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O COMEÇO

A história do carro flex teve início há 40 anos, quando o preço do barril de petróleo disparou nos mercados internacionais

1979

Fiat 147 1.3, o "cachacinha"

Na primeira metade da década de 1970, a crise internacional do petróleo motivou a criação do Proálcool, que investia em um combustível alternativo de origem vegetal. O primeiro carro a chegar às lojas movido a etanol foi o Fiat 147 1.300 (1979), logo apelidado de "cachacinha"

Anos 80 e 90

combustível em falta

Os carros movidos a etanol dominam o mercado nos anos 1980, mas os períodos de falta do combustível nos postos faz a indústria e os consumidores voltarem a investir nos modelos a gasolina na década seguinte. No início dos anos 2000, há raras opções a álcool, como o Chevrolet Astra 1.8

2003

Volkswagen GOl, o primeiro

Em 2002, o governo reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros movidos a etanol e estendeu o benefício aos flex, que estavam em fase de desenvolvimento. No ano seguinte, em março, chegava às lojas o Gol 1.6 Total Flex

2010

o mercado é dos flexíveis

A tecnologia flex domina o mercado. De olho no futuro, empresas que não produzem no Brasil começam a desenvolver motores e sistemas de injeção aptos a aceitar o etanol ou a gasolina. Um exemplo é o Kia Soul, produzido na Coreia do Sul, que passa a ser equipado com motor bicombustível

2012

adeus ao tanquinho

A evolução dos sistemas de alimentação leva ao desenvolvimento do sistema que dispensa o tanquinho auxiliar para partida a frio. A tecnologia estreou tímida no Volkswagen Polo E-Flex (2009) e agora ganha escala de produção com o lançamento do Peugeot 308 1.6 e do novo Citroën C3


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