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Não, não e não

Mais exigentes, bancos freiam crédito e vendas a prazo caem; setor de usados foi o mais atingido

SUELI OSÓRIO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O técnico de manutenção Richard Losiuk, 23, nunca teve problemas com crédito. Apesar disso, tem encontrado dificuldade para comprar seu primeiro automóvel.

"Não consegui aprovação do financiamento para comprar um VW Gol 2002, que custava R$ 12,8 mil. Propus dar uma entrada de R$ 2.000 e parcelar o restante em 48 prestações de R$ 409, mas não consegui o aval dos bancos", afirma.

O problema de Losiuk é reflexo do arrocho ao crédito. Segundo dados da Cetip (empresa de registro de contratos privados de crédito), o volume total de financiamentos de veículos teve queda de 9,6% em 2012 ante 2011.

Isso se deve em grande parte à redução da concessão de crédito para a compra de carros usados, que caiu 10%. No segmento de motos novas, a queda foi maior: 27,2%.

Se a conta considerasse apenas o setor de carros novos, teria havido crescimento de 7,5% na liberação de crédito em 2012, graças a atuação das montadoras. Por meio de parcerias com bancos privados, os fabricantes conseguiram facilitar a aprovação de financiamentos.

Para o presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Érico Sodré Ferreira, com a redução das taxas de juros, as financeiras buscaram reduzir o risco "melhorando o perfil do cliente". Ou seja, tornaram-se mais seletivas.

"O risco é maior no financiamento de carros usados do que no de novos. Por isso, foi reduzido o crédito para esses veículos", afirma Ferreira.

De acordo com o presidente da Acrefi, "cada instituição financeira tem seus próprios critérios para aprovação do crédito, e alguns fatores podem ser empecilhos".

Ter pouco tempo no emprego ou não possuir histórico anterior com financiamento de longo prazo estão entre os motivos que levam à recusa por parte do banco.

O nível de endividamento de um cliente também interfere na aprovação. Esse dado pode ser consultado pelos bancos por meio do SCR (Sistema de Informações de Crédito do Banco Central do Brasil).

Segundo o diretor comercial e de produtos da unidade de financiamentos da Cetip, Iroilton Medeiros, as instituições financeiras foram mais rigorosas devido ao elevado índice de inadimplência no setor de veículos, que, de acordo com dados do Banco Central, manteve-se em cerca de 6% no segundo semestre de 2012.

"Em 2008, 50% dos carros usados comercializados eram financiados. Em 2012, foram apenas 28,3%", compara.


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