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Download gratuito de música só é defendido por desconhecidos, diz Frejat
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MELINA CARDOSO
colaboração para Folha
Mais de dez anos após o lançamento do Napster, uma marco na história da cultura digital, gravadoras e artistas ainda tentam assimilar os impactos do consumo de entretenimento on-line. A dificuldade de transferirem sua influência do off-line para a web se mantém.
A Folha.com ouviu três artistas e um especialista no assunto. No player abaixo, Roberto Frejat, Marcelo Machado, Ed Motta e H.D Mabuse debatem o tema; ouça.
Contrário à gratuidade, o cantor e compositor Roberto Frejat afirma que a permissão é um desrespeito. "É uma coisa muito fácil de ser falada por artista que quer se promover --e ninguém conhece-- em relação a artistas com obras consagradas".
Divulgação |
Frejat é contrário ao download gratuito; para ele, a ação é um desrespeito ao compositor |
Frejat também aponta os casos em que compositores vivem somente dos direitos autorais sobre suas produções. "Ninguém tem obrigação de fazer show para sobreviver. Se o cara fez a música e a pessoa gosta, que pague por isso. Vai pagar de uma maneira mais pulverizada, mas vai pagar", diz.
Para ele, a falta de discussão sobre o assunto entre artistas e gravadoras permitiu o crescimento da pirataria. "Agora a gente está pagando por esta defasagem", afirma.
O compositor também é pessimista quanto à mudança de comportamento da sociedade frente à facilidade do download gratuito. "Viemos de uma relação onde as pessoas pagavam para comprar música e de repente parou-se de pagar. Vai demorar muito para as pessoas voltarem se acostumar ou reconhecer que têm que pagar para os compositores".
A banda pernambucana Mombojó, por sua vez, ficou famosa por oferecer desde o lançamento do primeiro disco, em 2004, a possibilidade dos fãs baixarem suas músicas gratuitamente.
Para o guitarrista do grupo, Marcelo Machado, esta é a forma de divulgação mais efetiva. Segundo ele, permitir o download na internet é se moldar ao novo estilo do mercado musical. "O mesmo público que compra o nosso disco vai aos nossos shows, onde temos mais renda", diz o músico.
Greg Salibian/Folhapress |
Para Ed Motta, o download gratuito faz parte da democracia cultural e deve ser incentivado |
Ed Motta vai na mesma linha dos pernambucanos. Na visão dele, sites que permitem downloads de suas obras ajudam a resgatar o passado. "Não vejo problema nenhum, acho, inclusive que ajuda na informação das pessoas", afirma o cantor que prefere ver um disco seu que está fora de catálogo "ignorado pelas gravadoras em um blog, com acesso livre, do que perdido".
Motta diz ter uma visão inocente de que a arte foi feita para as pessoas e não exatamente para ganhar dinheiro. "O download traz essa democracia cultural", ressalta.
Futuro
Para o designer chefe do Cesar (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), H.D. Mabuse, as gravadoras permaneceram por muito tempo em uma zona de conforto e ainda não querem encarar que o modelo de remuneração por música está fadado a desaparecer.
"Nunca mais teremos um Michael Jackson", ressalta o especialista, referindo-se ao fenômeno de vendas do astro pop. Para ele, está ocorrendo uma reeducação dos artistas, que deverão reconhecer que para ganhar dinheiro deverão trabalhar muito.
A Folha.com procurou a ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Disco), mas até o fechamento desta reportagem não obteve resposta.
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