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EUA consideram sanções financeiras à Coreia do Norte após ataque a navio
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DA REUTERS
O governo americano está considerando ir atrás dos bens de entidades e pessoas da Coreia do Norte para punir Pyongyang após o afundamento de um navio sul-coreano, disseram fontes familiares ao assunto nesta sexta-feira.
Congelar bens fora do país de origem seria a primeira ação concreta dos EUA contra a Coreia do Norte pelo afundamento da corveta sul-coreana Cheonan, em 26 de março, que matou 46 pessoas. Pyongyang nega a responsabilidade pelo incidente, apesar de uma investigação ter demonstrado o contrário.
Apesar de amplas sanções dos EUA contra Pyongyang por décadas, tal movimento poderia influenciar a Coreia do Norte, porque afetaria contas controladas por líderes militares e políticos, que as autoridades americanas acreditam que tenham autorizado o ataque.
Falando em condição de anonimato, as fontes disseram que focar nos fundos ilícitos da Coreia do Norte pareceu ser um dos poucos meios dos EUA chamarem a atenção da liderança do Estado comunista.
As fontes também disseram que há uma visão crescente dentro do governo Obama de que a decisão do ex-presidente George W. Bush, em 2005, de colocar na "lista negra" um banco de Macau por supostamente lavar dinheiro norte-coreano foi útil para pressionar Pyongyang.
Acrescentar um elemento tão coercivo para as relações diplomáticas entre EUA e Coreia do Norte poderia ajudar Washington a trazer Pyongyang de volta à mesa de negociações, e cumprir um acordo firmado em 2005 para abandonar seus programas nucleares, defendem as fontes.
Por outro lado, o tiro poderia sair pela culatra. A Coreia do Norte é notoriamente imprevisível e acredita-se que esteja no meio de uma transição político, com o objetivo de empossar o filho mais novo do líder Kim Jong-il como seu sucessor.
Os EUA agiram com cautela ao impor tais sanções, mas o afundamento do Cheonan mudou o cenário, disse um representante americano, em condição de anonimato.
"Estamos enfrentando um imperativo para demonstrar novamente à Coreia do Norte que não há recompensa por seu comportamento provocativo, que na verdade haverão penalidades", disse o representante.
"Temos toda a autoridade que precisamos para apertar o cerco a algumas pessoas e instituições que apoiam a liderança."
Alvos
As fontes disseram que o Tesouro dos EUA fez várias pesquisas para identificar alvos, mas que o governo deve esperar primeiro por um movimento do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) contra a Coreia do Norte, para depois adotar suas sanções financeiras adicionais.
Essa cautela evitaria complicar a diplomacia do Conselho de Segurança e permitira aos EUA agirem com algum apoio das Nações Unidas, apesar de ainda não estar claro qual medida o Conselho irá tomar.
Analistas acreditam que são pequenas as chances de o Conselho aprovar sanções adicionais contra a Coreia do Norte, tornando uma declaração de censura da ONU a resolução mais provável.
Pyongyang ameaçou ações militares se as Nações Unidas punirem o Estado pelo que classificou como acusações fabricadas.
Perguntado sobre possíveis retaliações à Coreia do Norte, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, P.J. Crowley, se recusou a dar detalhes na terça-feira.
Mala de dinheiro
O Tesouro americano classificou o banco Delta Asia, sediado em Macau, como autor de lavagem de dinheiro em setembro de 2005 e sugeriu que desse apoio a falsificação, tráfico de drogas e outras atividades ilegais na Coreia do Norte.
A medida congelou cerca de US$ 25 milhões em fundos do líder de Pyongyang. A maioria do bancos ao redor do mundo ficaram longe dos fundos da Coreia do Norte, temendo punições americanas.
Na época, banqueiros disseram que a Coreia do Norte foi forçada a movimentar dinheiro em malas cheias de notas.
Nuclear
O governo americano tem se esforçado por quase duas décadas para conter os objetivos nucleares norte-coreanos, firmando acordos em 1994 e 2005, que foram posteriormente infringidos.
A Coreia do Norte fez testes atômicos em 2006 e 2009, aumentando sua capacidade nuclear e ameaçando aliados americanos como a Coreia do Sul e o Japão.
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