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Sarkozy manda carta a família de soldado israelense sequestrado em Gaza
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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, escreveu uma carta para a família do soldado israelense Gilad Shalit nesta sexta-feira, data que marca o quarto ano do sequestro dele por militantes do grupo islâmico Hamas.
Segundo o jornal israelense "Haaretz", a carta do presidente francês diz que a decisão do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, de aliviar o bloqueio à faixa de Gaza foi um passo positivo e que o cerco à região não ajuda na libertação de Shalit.
Sarkozy condenou o Hamas por capturar e manter cativo o soldado de 23 anos, que tem nacionalidade francesa e israelense, sem nenhum contato com a família ou visitas da Cruz Vermelha.
"Como todo cidadão francês, eu fico angustiado de como é possível privar um ser humano da sua liberdade e de negar a ele o contato com sua família e amigos", escreveu Sarkozy.
"Este tipo de tratamento desumano ignora convenções internacionais de tratamento de prisioneiros. Nenhuma circunstância, mesmo àquela impostas aos moradores de Gaza, justifica este tipo de comportamento", completou o presidente francês.
Apesar das críticas, ele também atacou o bloqueio a Gaza, dizendo que " é errado acreditar que criar um estado de privação para a população palestina vai levar a libertação" de Shalit.
Segundo o jornal israelense, a carta escrita pelo presidente revela que não houve avanços nas negociações para libertar o soldado desde que a Alemanha propôs uma troca de prisioneiros no começo de 2010.
Mas na carta Sarkozy disse que a proposta "permanece na mesa" e que o país continuará a tentar ajudar na libertação de Shalit.
Manifestações
Centenas de israelenses foram às ruas para marcar o quarto aniversário do sequestro do soldado Gilad Shalit. Cerca de 600 pessoas participaram de uma manifestação na cidade de Nahariyah, enquanto outras 250 protestaram em frente ao ministério da Defesa em Tel Aviv.
A família do soldado vai iniciar no domingo (27) uma marcha para Jerusalém, onde planejam protestar em frente ao escritório do premiê Binyamin Netanyahu.
"Dessa vez é diferente", disse Noam Shalit, pai de Gilad, citado pelo "Haaretz". "Dissemos que não permitiríamos passar mais um ano sem Gilad. Não iremos para casa sem ele".
A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) pediu nesta sexta-feira que o grupo radical islâmico Hamas permita que Shalit se comunique com sua família e possa receber visitas de representantes do CICV.
Em um comunicado, o grupo acusou o Hamas de "violar as leis da guerra" e disse que a organização "prolongou a detenção de Shalit de forma cruel e desumana".
Sequestrado
Shalit foi sequestrado em 25 de junho de 2006. O Hamas, que diz mantê-lo refém, divulgou três carta escritas por ele, uma gravação em áudio e um vídeo com imagens do soldado.
O grupo radical islâmico recusou os pedidos da Cruz Vermelha e do HRW para visitá-lo, dizendo que isso poderia revelar o local onde ele é mantido em cativeiro.
O Hamas exige a libertação de centenas de prisioneiros palestinos em troca de Shalit. Tentativas de um acordo para a troca de presos, mediadas pelo Egito e Alemanha, falharam.
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