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Após renúncia inesperada, deputados elegem novo presidente alemão
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Assembleia Federal, formada pelos 622 deputados do Bundestag (Parlamento Alemão) e delegados dos 16 Estados federados, elege nesta quarta-feira um novo Presidente para a Alemanha. A votação vem após a inesperada renúncia de Horst Köhler, eleito no ano passado para um segundo mandato.
Köhler anunciou no último dia 31 de maio sua renúncia, poucos dias após dar polêmicas declarações sobre o Afeganistão. Segundo ele, o motivo da renúncia seriam as críticas às suas declarações sobre a ação militar e os interesses comerciais da Alemanha no país.
Na disputa ao cargo, estão o democrata-cristão (CDU) Christian Wulff, chefe do Governo da região da Baixa Saxônia, e o independente Joachim Gauck, antigo responsável pela custódia dos arquivos da Stasi, a Polícia política da extinta Alemanha Oriental.
Wulff, um dos barões regionais da chanceler alemã e líder da CDU, Angela Merkel, é tido como favorito já que os partidos da coalizão tem uma maioria de mais de 20 votos na Assembleia Federal. A votação, contudo, não deixa de ser vista como um teste crucial para a chanceler, cuja coalizão de centro-direita enfrenta dificuldades desde que assumiu, em outubro passado --enfrentando disputas sobre suas políticas e forçada a adotar um impopular pacote de resgate com a crise econômica.
O presidente na Alemanha tem tradicionalmente pouca influência política, mas a eleição desta quarta-feira carrega poderoso simbolismo já que muitos especulam que a derrota de Wulff pode dar o golpe final do colapso.
E não está descartado que Gauck, candidato proposto pela oposição social-democrata e verde, possa surpreender, com a ajuda de dissidentes nas fileiras da coalizão governante.
O pastor evangélico e antigo dissidente na Alemanha Oriental só teria uma possibilidade real de eleição caso haja um terceiro turno, que é decidido por maioria simples, e se os delegados da formação da Esquerda apoiassem sua candidatura.
Merkel fez um último apelo na terça-feira à noite aos delegados da coalizão --formada por democrata-cristãos, socialista-cristãos bávaros e liberais-- para apoiarem Wulff e assegurarem sua escolha.
A disputa conta ainda com outros dois candidatos azarões, a jornalista Lukretia Jochimsen, proposta pela formação da Esquerda, e o cantor ultranacionalista Frank Rennicke, candidato do Partido Nacional-democrata Alemão, que conta com quatro representantes na Assembleia Federal.
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