Professores avaliam dificuldade do segundo dia de prova da Unesp como média

Professores dos cursinhos Anglo, Etapa e Objetivo consultados pela Folha consideraram que o segundo dia de provas da segunda fase do vestibular da Unesp foi de nível médio. A prova teve 12 questões sobre linguagens e códigos mais a redação. No domingo (18), os candidatos responderam a outras 24 questões. Todas discursivas.

Veja a prova de linguagens e códigos e redação
Veja como foi o primeiro dia de prova da segunda fase

• Veja a correção comentada pelo Anglo
• Veja a correção cometada pelo Objetivo
• Veja a correção comentada pelo Etapa

A prova de inglês trazia dois textos: o primeiro deles era um discurso de Martin Luther King e o outro, uma entrevista com um grafiteiro.

O professor de inglês do cursinho Objetivo, Sidney de Campos, achou que a prova de inglês tinha textos e perguntas fáceis, mas exigia atenção e paciência. "A redação das respostas era um pouco difícil, porque a informação exigida estava dispersa nos textos", disse.

A prova não tinha perguntas de gramática e exigia apenas interpretação de texto. 'O aspecto positivo é que isso testa a capacidade de leitura e interpretação do aluno, mas não sabemos se ele tem domínio de escrita de língua inglesa', afirma. Esta habilidade fica por conta da redação das respostas, de acordo com o professor.

Para a supervisora de Inglês do Anglo, Patrícia Senne Santos, a prova foi bem formulada. "De nível médio, que avaliou a capacidade do aluno de entender o conteúdo essencial de cada texto".

Grafite era o tema da redação da prova da Unesp. Para a professora de português do Objetivo, Elizabeth Massaranduba, o exame fornecia informações suficientes para o aluno trabalhar o assunto.

"Não é um assunto comum, mas os textos da prova davam direcionamento para quem não está familiarizado com o assunto", afirmou o professor do Etapa, Heric José Palos.

As questões de português estavam difíceis na opinião da professora. De acordo com Massaranduba, a prova privilegiou apenas interpretação de texto e exigia domínio linguístico e boa leitura. "É uma prova para o aluno que lê muito", diz.

Para o professor do Anglo, Francisco Platão Savioli, ao elaborar a redação, o candidato devia levar em conta dois julgamentos opostos sobre a arte de rua: arte popular autêntica e vandalismo. "Associando-as a esses juízos, ocorrem sanções também duplas: intervenção policial; convites a fazer suas pinturas em repartições públicas ou privadas, além do reconhecimento de educadores", disse o professor.

O supervisor de literatura do Anglo, Dácio de Castro, afirmou que a Unesp manteve a tradição de estruturar as questões com análise comparada de poemas. A prova trouxe "Velho tema - 1", de Vicente de Carvalho, figura de destaque do parnasianismo brasileiro, e "Cancioneiro, 150", de Fernando Pessoa, destaque do modernismo em Portugal.

"Ambos questionam o que é felicidade, num diálogo que procura acentuar, sobretudo, o viés filosófico que distingue os poemas. As questões, de progressiva dificuldade, propuseram-se a desenvolver uma comparação temática, que procura aferir as semelhanças e diferenças da perspectiva que caracteriza cada poema", afirmou Castro.

ABSTENÇÃO

O índice de abstenção na segunda prova da segunda fase da Unesp foi de 7,9% --2.503 pessoas. No domingo, foi de,9% --2.195. No ano passado, segundo a instituição, a abstenção ficou em 8,9% no segundo dia de prova.

São oferecidas 6.484 vagas para 155 opções de cursos distribuídos em 28 unidades localizadas em 19 cidades de todas as regiões paulistas (Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Franca, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Itapeva, Jaboticabal, Marília, Presidente Prudente, Rio Claro, Rosana, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, São Vicente e Tupã).

Os cursos mais concorridos são os de Medicina, Direito, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Engenharia de Produção Mecânica.

O resultado final será divulgado em 3 de fevereiro.