Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
11/03/2011 - 09h34

Cresce nº de alunos da rede pública na USP de Ribeirão Preto

Publicidade

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

O perfil dos alunos que entraram na USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) mostra que houve expansão de estudantes egressos de escolas públicas neste ano em relação a 2010.

Segundo a pesquisa Perfil do Calouro 2011, o índice de alunos matriculados na instituição que vieram do ensino médio público é de 25% --maior taxa desde 1997.

Já os alunos de escola particular representam 70% ante os 75% de 2010. Os 5% restantes estudaram em ambas as instituições --em escolas particulares e públicas.

Para a professora Débora Piotto, do departamento de psicologia e educação da USP, a expansão deste perfil de alunos é um motivo a se comemorar porque recupera a tendência de aumento dos anos de 2008 e 2009 --após a queda em 2010.

Segundo ela, esse aumento pode estar, de alguma forma, relacionado ao Inclusp (Programa de Inclusão Social da USP), que é o reflexo de um esforço que a universidade vem fazendo há cinco anos para ampliar o número de alunos da rede pública.

"Há muito ainda a ser feito, sobretudo em termos de acesso e divulgação de informações, mas esse dado mostra que as ações parecem estar tendo efeito e que é preciso continuar e ampliar os esforços nessa direção."

No entanto, o aumento ainda é visto como insatisfatório pelo presidente do Movimento dos Sem Universidade, Sérgio Custódio, que aponta o elitismo da USP como um dos principais impedimentos para a maior adesão dos egressos de escolas públicas à universidade.

"É uma expansão às margens da realidade. Mais uma vez a USP deixa os estudantes de escolas públicas com as migalhas e acha que está tudo certo. É típico de uma sociedade da 'casa grande e senzala'."

Segundo Mauro Bertotti, coordenador do Pasusp (Programa de Avaliação Seriada da Universidade de São Paulo, que dá bônus para alunos de escolas públicas no vestibular da Fuvest), o aumento deve ser levado em conta, uma vez que não há expectativas para que a maioria dos estudantes matriculados não seja do ensino privado.

"Desde as inscrição na Fuvest os alunos de escolas particulares são maioria e não há como ser diferente no momento da matrícula. Por isso acredito que essa expansão representa um grande avanço no ensino superior."

"MISSÃO"

Único homem matriculado na primeira chamada do curso de fonoaudiologia, o estudante Elivelton Alves Pereira, 27, vê na profissão que escolheu uma "missão".

Ele é de São Paulo e sempre estudou em colégios públicos. "Escolhi o curso da USP por acreditar que a profissão pode ajudar pessoas que passaram por traumas ou sofrem com deficiências a voltarem a se comunicar com a sociedade."

Pela primeira vez em sete anos, o curso de fonoaudiologia da USP de Ribeirão teve um homem matriculado na primeira chamada.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página