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15/09/2011 - 19h24

Atraso em obras pode cancelar vestibular da UnB no campus Ceilândia

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CAROLINA SARRES
DE BRASÍLIA

A UnB (Universidade de Brasília) avalia a possibilidade de cancelar o vestibular de 2012 para os cursos no campus de Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, por causa de obras que estão inacabadas.

A diretora do campus, Diana Pinho, não concorda com o possível cancelamento e afirma que os alunos da cidade serão prejudicados.

A reitoria da instituição fará deliberação sobre o tema na manhã desta sexta-feira.

O projeto para o campus de Ceilândia prevê a construção de três prédios, apenas um está parcialmente concluído desde que as obras começaram, em 2008.

O campus abriga cerca de 1.500 alunos e o edital do processo seletivo para o próximo ano anunciou 130 novas vagas, para cursos na área da saúde.

"Foi votado por unanimidade, pelo Conselho da Faculdade de Ceilândia, que novos alunos não sejam admitidos. Foi unânime, não é uma questão trivial de um grupo isolado. Não pode ingressar mais gente sem a conclusão dos três prédios", informou Rafael Costa, aluno e membro da assessoria de comunicação dos estudantes.

Costa ainda afirmou que os mais de mil alunos do campus são acomodados, atualmente, em 12 salas de aula e há apenas 2 banheiros --um feminino e um masculino, para uso de todos os estudantes.

A decisão da UnB em considerar o cancelamento do processo seletivo foi resultado da ocupação da reitoria da universidade por alunos, o que já dura dois dias.

Nas duas últimas noites, aproximadamente 45 estudantes dormiram no local em protesto.

Na manhã desta quinta-feira, os manifestantes ainda invadiram reunião entre o reitor da universidade, José Geraldo de Sousa, e parlamentares.

Eles reivindicam 14 pontos com a reitoria, as principais questões são a conclusão das dependências do campus e melhores condições em infraestrutura.

Segundo Eduardo Raupp, decano de administração da UnB, as negociações dos manifestantes é feita em três trilhos: com a diretoria do campus de Ceilândia, com a reitoria da UnB e com o GDF (Governo do Distrito Federal).

Ontem (14), a UnB anunciou que assumirá a conclusão do primeiro dos três edifícios previstos para o campus, carro-chefe das demandas dos estudantes.

"Três dos 14 pontos negociados, que dizem respeito à reitoria, foram resolvidos hoje (15) com os alunos, em reunião pela manhã. Em relação às questões do GDF, não temos entrado nessa questão", disse o decano.

De acordo com a Secretaria de Obras do GDF, responsável pela contratação de empresa para conduzir a obra, não houve acordo para que a universidade seja ressarcida.

Os gastos deverão ficar em torno de R$ 2 milhões, segundo estimativas do GDF.

A secretaria ainda assumiu os atrasos da UniEngenharia, empresa contratada, e afirmou que a empresa já foi notificada sobre o caso. Espera-se que, até a semana que vem, quando termina o prazo de defesa da UniEngenharia, o contrato de prestação de serviço seja rompido e nova licitação seja feita.

A Folha entrou em contato com a UniEngenharia, mas não obteve resposta.

O GDF afirmou que o objetivo é concluir os dois primeiros prédios da universidade em Ceilândia até março de 2012, quando começa o novo semestre letivo.

GOVERNADOR

Os estudantes reclamam da "apatia" do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, em relação às manifestações.

Segundo eles, o campus da UnB em Ceilândia foi uma plataforma de sua campanha.

"A Terracap (Companhia Imobiliária de Brasília) já disse que o campus não está no plano emergêncial de obras do GDF. A única coisa que o Agnelo fez foi dar uma entrevista ao DFTV [programa da rede Globo] em que não disse nada. Essa foi a única manifestação dele", informou a representante dos alunos, Amanda Costa.

A aluna ainda afirmou que os alunos não podem entrar em contato direto com o governador --a mediação deve ser feita pela reitoria da UnB.

Segundo ela, o reitor José Geraldo de Sousa entrou em contato com o gabinete de Agnelo --ainda sem resultados.

 

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