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Índia pede a redes sociais que bloqueiem conteúdo ofensivo
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DA REUTERS
A Índia pediu a operadores de redes sociais que monitorem o conteúdo postado pelos usuários e bloqueiem material que seja ofensivo, disse o ministro de Informações e Telecomunicações, Kapil Sibal, nesta terça-feira, negando que se trate de uma forma de censura.
Sibal se reuniu na segunda-feira com executivos do Facebook, Yahoo!, Google e Microsoft para pedir a introdução do mecanismo, mas nenhuma solução foi alcançada, disse ele.
Sibal afirmou que em setembro já havia solicitado que a companhia removesse imagens e declarações ofensivas a grupos religiosos, mas que as empresas rejeitaram seu pedido.
"Precisamos tomar cuidado com as sensibilidades do nosso povo, temos de proteger suas sensibilidades. Nosso etos cultural é importantíssimo para nós", disse ele em entrevista coletiva, acrescentando que as empresas não podem "lavar as mãos" diante do problema. "Vamos certamente estabelecer diretrizes para assegurar que esse material blasfemo não seja parte do conteúdo de nenhuma plataforma."
O Facebook disse reconhecer o desejo do governo, e afirmou que já remove conteúdos que violem regras da empresa --o que inclui fotos de nudez e mensagens incitando ao ódio e à violência.
O Google e o Yahoo! não se pronunciaram.
Blogueiros e twiteiros indianos ridicularizaram o ministro por causa de uma reportagem, publicada na segunda-feira pelo jornal "New York Times", que relatava que Sibal convocou os executivos há seis semanas e lhes mostrou uma página do Facebook que maldizia Sonia Gandhi, dirigente do governista Partido do Congresso. Ele teria dito aos executivos que aquilo era "inaceitável".
Segundo o jornal "Hindustan Times", as empresas informaram a Sibal que seria impossível cumprir as exigências dele devido ao enorme volume de conteúdo gerado por usuários na Índia.
O país tem hoje 100 milhões de usuários da internet, menos de um décimo de sua população, que é de 1,2 bilhão de habitantes. Mesmo assim, é o terceiro maior contingente do mundo, atrás da China e dos EUA. Dentro de três anos, o número deve chegar a 300 milhões.
No ano passado, agências indianas de segurança já haviam exigido interceptar comunicações transmitidas por meio dos dispositivos BlackBerry, altamente codificados. As autoridades também haviam anunciado que Google e Skype receberiam ordens para instalar servidores locais, de modo a permitir o monitoramento total de mensagens.
Neste ano, autoridades indianas foram surpreendidas pela mobilização, via Facebook, Twitter e outras redes sociais, de um enorme movimento contra a corrupção, que atraiu dezenas de milhares de pessoas a manifestações públicas.
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