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Desenvolvimento tecnológico aproxima a sociedade da ficção científica
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FERNANDO MEXIA
DA EFE, EM LOS ANGELES
A velocidade do desenvolvimento tecnológico conduz a sociedade para um futuro de ficção científica mais próximo do que parece.
Além de iPads e televisores em 3D, as multinacionais de informática e de eletrônica trabalham em projetos experimentais que podem se transformar em bem-sucedidos produtos de consumo dentro de uma década.
Monica M. Davey/Efe |
Pessoa usa o iPad, da Apple; projetos experimentais, como os tablets, aproximam nossa sociedade da ficção científica |
O panorama desenha lares nos quais a pintura das paredes será substituída por projeções que o usuário pode modificar ao seu gosto, da mesma forma que muda o fundo da tela do computador, em cujas cozinhas surgirão receitas que poderão ser feitas com os produtos que há em casa.
O objetivo, segundo Jonathan Cluts, diretor de Estratégia de Protótipos da Microsoft, é que os computadores comecem a tomar iniciativa.
"[Os computadores] têm de saber quando atender nossas necessidades, em vez de termos de dizer constantemente o que têm de fazer", disse Cluts, em entrevista coletiva na sede da Microsoft, em Seattle, Washington.
A ideia confirma a mudança de tendência no uso da internet, que começou com a aparição dos aplicativos para dispositivos móveis que permitem, entre outras coisas, localizar o posto de gasolina mais barato nas redondezas ou fazer reservas em restaurantes.
Com a integração de simples sensores em equipamentos de uso cotidiano, em breve será possível comprar geladeiras que saibam quais alimentos contêm, sua data de validade e que, conectadas a internet, possam pedir aos donos que comprem mais leite porque o que têm estragou.
Uma tecnologia que permitiria ainda que as casas informassem seus moradores quando alguém chama à porta, que pudessem enviar uma foto do visitante esperando e, dependendo da ordem recebida, o deixassem passar ou transmitisse uma mensagem qualquer.
Ambas as aplicações são possíveis com a tecnologia atual, embora necessitem do envolvimento de diferentes setores industriais, que teriam de fabricar produtos de consumo capazes de interagir na internet através dos serviços "em nuvem" (quando o armazenamento de dados é feito on-line, dispensando a instalação de programas).
O laboratório de testes da Microsoft apresenta ainda um futuro rodeado de telas que sejam elas mesmas computadores funcionando com softwares hospedados em servidores externos, sem a necessidade de carregar volumosos discos rígidos.
Uma das apostas, que poderia terminar para sempre com as mídias impressas, seria uma tela que simula o papel, dobrável e flexível como uma folha de jornal, que atualizaria seus conteúdos pela internet e que poderia ser configurada à vontade pelo usuário.
Essas ideias podem soar impossíveis, mas estão mais perto do que parece. No dia 27 de maio, a Sony apresentou em um simpósio em Seattle uma tela capaz de reproduzir imagens de vídeo enquanto se enrosca ao redor de um cilindro.
Mas esse futuro cada vez mais portátil demanda fontes de energia potentes, compactas e duradouras, algo que por enquanto é um grande desafio para os pesquisadores.
"O principal problema é o que fazer com as baterias" explicou Matt MacLaurin, diretor dos laboratórios de inovação da Microsoft.
Entre os experimentos que estão sendo realizados atualmente, destaca-se a codificação dos movimentos corporais para sua aplicação tecnológica, de forma que, em vez de ter que apertar um botão para que algo funcione, baste juntar, por exemplo, dois dedos de uma mão.
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