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Faltam mulheres em cargos de liderança no mundo da tecnologia
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AMANDA DEMETRIO
DE SÃO PAULO
Barack Obama decidiu reunir os líderes do mundo da tecnologia para um jantar. Sentaram-se à mesa, levantaram seus copos para um brinde, tirou-se a foto oficial. O que ninguém percebeu foi que a imagem escancarou um problema do setor da tecnologia: a falta de mulheres.
Na mesa, Carol Bartz, executiva-chefe do Yahoo!, era a única líder do sexo feminino. As outras duas mulheres presentes na foto de divulgação eram Ann Doerr, acompanhando seu marido John Doerr (importante investidor do Vale do Silício) no jantar, e Valerie Jarrett, representante da Casa Branca.
Pete Souza - 17.fev.2011/White House | ||
Obama reúne líderes do mundo da tecnologia |
Carol está entre poucas. Na lista da revista "Fortune" que elege as 500 maiores empresas dos Estados Unidos são apenas 15 mulheres no cargo de executivas-chefes de suas companhias. Das 15, apenas duas estão ligadas ao mercado da tecnologia (o próprio Yahoo! e a Xerox).
A situação também se apresenta na formação do conselho administrativo de cinco empresas em grande ascensão no Vale do Silício. Twitter, Facebook, Zynga, Grupon e Foursquare não têm mulheres em seu quadro de diretores, que dá orientações sobre as atividades das empresas.
No Brasil, o cenário se repete. Dados da Catho Online (catho.com.br) mostram que a área de tecnologia ainda tem um baixo índice de atuação de mulheres --apenas 12,56%.
A falta de mulheres no topo é reflexo da ausência delas na base da pirâmide.
Dados do Centro Nacional para Mulheres e Tecnologia da Informação dos Estados Unidos mostram que, logo no ensino médio, elas têm menos familiaridade com os computadores e com o conhecimento de programação do que os meninos.
Na universidade, o efeito cascata continua: elas obtêm menor porcentagem de diplomas na área de ciências da computação, quando comparadas a eles.
Os dados são preocupantes, mas a maior contradição está no fato de as mulheres serem, algumas vezes, maioria entre os consumidores dos serviços prestados por empresas com poucas em seu time de líderes.
No Brasil, por exemplo, elas lideram o acesso a redes sociais como Facebook, Twitter e Orkut, segundo estudos recentes da consultoria TNS Global Research.
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