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08/05/2011 - 10h25

Pesquisadora analisa sorriso de usuário ao ver vídeo no YouTube

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AMANDA DEMETRIO
DE SÃO PAULO

Para a pesquisadora Rosalind Picard, o seu sorriso significa muito mais do que você imagina e pode ser usado na hora de medir suas opiniões sobre o mundo ao seu redor. Isso porque ela trabalha no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, da sigla em inglês) e faz pesquisas sobre como a tecnologia pode ajudar a medir emoções.

Na última Web 2.0 Expo, que ocorreu em março nos Estados Unidos, ela mostrou como uma pulseira pode ajudar na hora de mapear os estados emocionais do usuário. Ela conversou por telefone com a Folha sobre sua pesquisa. Leia os principais trechos.

*

Folha - Como exatamente vocês medem as emoções das pessoas?

Rosalind Picard - Nossa principal preocupação é ajudar as pessoas a comunicar as emoções que desejam. E permitir que façam isso de um jeito confortável.

Então, se você está navegando na internet, está gostando de algo e quer informar os seus amigos disso, temos um jeito de fazer a medição: você pode optar por ligar a sua webcam. Então, gravamos o seu rosto e reconhecemos os seus sorrisos.

Outro jeito que usamos é quando uma pessoa quer saber mais sobre o seu nível de estresse ao longo do dia. Ela pode usar uma pulseira, que mede as informações da superfície da pele, que muda de acordo com as emoções.

Levamos em conta fatores como o nível de suor e a temperatura da pele. Essas informações são enviadas a um computador que monta uma espécie de gráfico do dia, mostrando quando a pessoa estava mais exaltada ou relaxada.

O sistema já está pronto para ser usado?

O produto já está disponível para cientistas e pesquisadores. A nossa expectativa é que ele chegue ao consumidor final em até um ano.

Como o sistema pode ser usado no mercado da tecnologia?

O maior interesse no momento é para o Quantified Self Movement [movimento em que a pessoa busca informações sobre si mesma e seus estados fisiológicos por meio de sensores ou tecnologias parecidas] e nas visualizações on-line de transmissão de conteúdo.

Agora mesmo as pessoas podem ir ao nosso site demonstrativo e ver vídeos do YouTube tendo seus sorrisos rastreados. Você só precisa de uma webcam e de uma boa conexão com a internet.

Espero que o sistema seja usado para dar às pessoas conteúdo do jeito que elas gostam. Ele pode ser usado no Netflix [serviço norte-americano de aluguel virtual de filmes e programas de TV], por exemplo, para ajudá-lo a dar notas aos filmes de que mais gosta. Ele pode lhe mostrar em quais momentos você estava empolgado e em quais estava entediado, após medir suas reações.

Assim, as pessoas que fizeram o filme ou programa de TV também poderão usar essa informação e, quem sabe, retirar uma brincadeira que tenha sido considerada estúpida ou que tenha desagradado as mulheres.

Como foi feita a pesquisa?

Foram de cinco a dez anos de pesquisa, porque é muito mais do que só sorrisos. O que você não vê no nosso site de demonstração é que estudamos diferentes tipos de expressão facial para entender não só os sorrisos, mas também se as pessoas estão confusas, interessadas ou pensando sobre o assunto.

E tentamos desenvolver essa tecnologia para ajudar pessoas com autismo, porque alguns deles têm dificuldades para saber o que as expressões faciais significam, especialmente ao conversar com alguém. Queremos construir um sistema on-line de análise de expressões faciais que poderá ser usado por pessoas com autismo para ajudá-las a interpretar o rosto da pessoa com quem estão conversando.

 

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