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05/08/2011 - 16h37

Novos serviços on-line enfrentam desafio do licenciamento

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RONALDO LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

O Brasil está por fora da nova geração de serviços de conteúdo que chega ao consumidor pela internet.

Quem mora nos EUA ou na Europa pode hoje consumir música, filmes, livros, games e séries de TV de forma digital, a preços razoáveis ou até gratuitamente (com custos pagos por publicidade).

Uma das razões para estarmos de fora é a dificuldade de licenciamento. Não é fácil conciliar o interesse dos donos dos conteúdos com os novos serviços.

Quem tem direitos de distribuição para os EUA pode não ter para o Brasil. E como cada catálogo é controlado por empresas diferentes, é preciso chegar a um acordo com cada uma.
Ainda não surgiu uma solução de mercado que facilite o processo.

A situação complica-se ainda mais quando chega a hora de negociar conteúdos nacionais. Boa parte das empresas brasileiras ainda não decidiu sua estratégia para a internet.

Com isso, vários conteúdos nacionais simplesmente não estão disponíveis. Quando estão, os preços cobrados chegam a ser maiores do que o conteúdo estrangeiro.

Isso cria um desafio. O consumidor digital busca basicamente três coisas: preço, portabilidade e catálogo.

Quer que o preço seja baixo, permitindo consumo em larga escala. Quer acessar o conteúdo em qualquer tipo de aparelho e a qualquer hora, sem limitação. E quer um catálogo amplo, onde encontre tudo o que procura.

Incrivelmente, até hoje ainda não apareceu um serviço que atenda completamente aos três itens.

Nos EUA, o Hulu, que distribui programas de TV on-line, começou bem, levando os três fatores em consideração.

Rapidamente atraiu milhões de consumidores e se tornou o segundo site de vídeos dos EUA, abaixo apenas do YouTube. Com o tempo, por brigas internas, foi mudando de estratégia.

Limitou o catálogo, criou restrições de acesso e subiu preços. Resultado: o modelo está em crise, e a empresa, à venda.

O Netflix, caso de sucesso, também enfrenta problemas.

Pressionado por empresas de conteúdo, teve de subir seus preços, diminuindo as previsões de crescimento e gerando queda das suas ações.

A empresa está chegando ao Brasil e aposta no mercado latino-americano para compensar os solavancos.

Olhar de forma mais cuidadosa para as demandas do consumidor é a chave para o modelo decolar, no Brasil ou em outros lugares.

Vale lembrar que todo o conteúdo continua acessível ilegalmente na rede. É para onde vai o consumidor quando percebe que não está sendo ouvido.

 

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