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Fim de recursos para programas espaciais criou turismo no espaço
RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO
"A Terra é azul", disse o primeiro homem no espaço, o soviético Yuri Gagarin, em 12 de abril de 1961, durante voo em órbita do planeta de menos de duas horas.
Primeira viagem turística espacial deve sair em 2013
Desde então, muitos quiseram ter a mesma vista privilegiada. Poucos conseguiram. Tanto os "cosmonautas" soviéticos como seus rivais "astronautas" americanos eram quase todos militares.
Quando Gagarin viajou, o mundo vivia a Guerra Fria entre os blocos comunista e capitalista, e a corrida espacial, especialmente sua versão de voos tripulados, era a vitrine que servia para mostrar ao mundo as virtudes de seus regimes político-econômicos.
Levou 40 anos para o primeiro "turista" de verdade ir ao espaço -e, ironicamente, isso foi possível justamente graças ao fim da Guerra Fria.
Em julho de 1969, dois astronautas do projeto Apollo pisaram na Lua. Dos 12 que o fizeram, só um era cientista. E o começo da década de 1990 viu o desmantelamento do comunismo na Europa. De repente, perdeu a graça investir em caros voos tripulados para o espaço. Não havia interesse político. EUA e URSS continuaram a mandar homens e mulheres ao espaço.
A necessidade de propaganda era fundamental para manter à tona esses projetos espaciais. Os soviéticos enviaram ao espaço cosmonautas de seus aliados: Bulgária, Polônia, Alemanha Oriental e até Afeganistão e Síria.
Os EUA fizeram o mesmo com seus aliados da Europa ocidental, além de arranjarem lugares a bordo para senador, deputado e professora -que explodiram com o ônibus espacial Challenger em 1986, detonando projetos semelhantes de levar ao espaço jornalistas e civis.
Itar-Tass - 12.abr.61/Associated Press | ||
O russo Yuri Gagarin após vôo na órbita da Terra em 1961 |
Com o fim da utopia comunista da ex-URSS, não havia recursos. Foi quando surgiu a ideia do turismo espacial para ajudar a manter as naves e estações funcionando.
Até hoje, os únicos casos de "turismo" espacial estrito senso foram protagonizados pela sucessora da agência espacial da URSS, a Agência Espacial Russa. Houve o caso de "executivos" irem ao espaço por conta de suas empresas, claro, mas isso não chega a ser considerado uma espécie tradicional de turismo, na qual o próprio indivíduo paga sua viagem e estadia.
Caso haja interesse, quem faz a mediação é a Space Adventures (spaceadventures.com ). Ela tem usado as naves russas da série Soyuz, testada e confiável. No futuro, espera usar uma nave em projeto pela Boeing, a CST-100.
Se você acha que os preços são exagerados só para constatar que a Terra é azul, há uma opção mais barata: por US$ 4.950 (R$ 10.062), você embarca em um avião que simula -graças a manobras- a sensação de "gravidade zero" do espaço. Por menos de um minuto, mas você vai flutuar como um astronauta/cosmonauta.
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