Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
31/07/2012 - 07h15

Cidade de Atenas passou por revitalização após Jogos Olímpicos

DA AGÊNCIA BRASIL

Destinado desde o início a moradores de baixa renda, o projeto da Vila Olímpica de Atenas pode ser considerado um modelo de sucesso e um dos grandes legados das Olimpíadas de Atenas, em 2004.

As 2.500 moradias construídas nos arredores de Parnitha, a noroeste de Atenas, foram entregues para trabalhadores de baixa renda, inscritos em programas de moradia do governo. Com prédios de quatro e cinco andares, em uma área de 1 milhão de metros quadrados, o local hoje abriga 10 mil moradores.

De acordo com a vice-prefeita para Assuntos Internacionais de Atenas, Sophie Daskalaki-Mytilineou, a Vila Olímpica foi um dos principais benefícios para a população de Atenas.

"As obras podem ser separadas da seguinte maneira: primeiro o país tem que preparar a sua infraestrutura, as estradas, as ferrovias, os transportes rodoviários, o aeroporto, e, por outro lado, também os estádios, que devem ser modernos e de fácil acesso. Além disso, foi criada a Vila Olímpica, que depois foi transformada em cerca de 2.500 casas, entregues a trabalhadores de baixo nível de rendimento ou a desempregados".

Maurício Kanno - 1.set.10/Folhapress
Partenon, na Acrópole de Atenas, Grécia
Partenon, na Acrópole de Atenas, Grécia

Revitalização
Sophie explica que a prefeitura também promoveu, na época, um programa de embelezamento das praças e estradas, além de um programa de incentivo para renovação das fachadas dos prédios e casas.

Outro legado para a cidade, segundo ela, foi a revitalização do centro arqueológico, com o Partenon e o Estádio Panathinaiko - onde ocorreram os primeiros Jogos da Era Moderna, em 1896 -, a renovação da frota de ônibus, a construção do Aeroporto Internacional Eleftherios Venizelos, da linha do bonde e do metrô, que enfrentou diversos problemas.

"Temos o problema das antiguidades da cidade, a cada metro que se cava descobre-se uma cidade antiga abaixo da cidade nova, então o serviço de arqueologia teve que enfrentar muitos problemas burocráticos e também de construção por parte dos engenheiros. Se não houvesse essa premência dos Jogos Olímpicos, pode ser que a construção do metrô demorasse mais".

Manutenção
O secretário-geral do Ministério da Cultura e Turismo para a Utilização Olímpica, Yannis Pyrgiotis, destaca também os investimentos em infraestrutura, o avanço tecnológico das redes de energia e telecomunicações. Como conselho para o Brasil, Pyrgiotis diz que Atenas errou em fazer instalações esportivas muito grandiosas.

"Depois, eles não vão saber o que fazer com aquilo, e como manter a limpeza, a guarda. Então, pela nossa experiência, talvez seja melhor fazer coisas temporárias. Ainda que o custo seja muito grande, maior do que o da construção permanente. É melhor fazer isso, porque se você levar em consideração o custo de manutenção a longo prazo, não vale a pena".

Mauricio Kanno/Folhapress
Acrópole de Atenas, Grécia, vista do Museu da Acópole
Acrópole de Atenas, Grécia, vista do Museu da Acópole

Conselhos
Apesar de ter cedido algumas instalações olímpicas para investidores particulares, Atenas ainda gasta cerca de 15 milhões de euros por ano com a manutenção dos equipamentos esportivos. Valor que não é alcançado com o aluguel dos espaços.

De acordo com Pyrgiotis, a Fundação Hellenic Olympic Properties foi criada imediatamente após o término dos Jogos Olímpicos para que fosse feito um programa de utilização comercial, social e política dos equipamentos esportivos. Para ele, foi tarde demais.

"Devia ter sido feito antes das construções, para que já se tivesse em mente o que deveria fazer. O quanto mais cedo fizer essa programação para as instalações após o término dos jogos, tanto melhor será para vocês. O Brasil vai sofrer uma grande pressão de vários fatores e em todas as cidades olímpicas existe a ideia de que todos os problemas vão se resolver com os Jogos Olímpicos. É preciso que haja uma hierarquia das necessidades, não se pode satisfazer a todo mundo".

Crise grega
Para alguns analistas, de acordo com a BBC Brasil, os gastos com as Olimpíadas de 2004 foram o começo da crise econômica da Grécia. O custo anunciado de 8,9 bilhões de euros, além de ser o dobro da estimativa inicial, foi o mais alto de todas as Olimpíadas da história moderna, até então.

Outro fator que pesou no custo de realização dos jogos de 2004 foi a preocupação redobrada com a segurança, já que eram as primeiras Olimpíadas realizadas apos os ataques de 11 de setembro de 2001.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página