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Ópera de Viena inicia nova temporada sob a sombra dos problemas financeiros
DA EFE
A Ópera de Viena abre nesta terça-feira sua nova temporada após bater o recorde de ingressos vendidos no último ano, números extraordinários que não foram suficientes para evitar algumas dificuldades financeiras.
"Don Carlo", de Verdi, dará início à temporada que contará com 53 óperas distintas e mais 13 balés, reunindo, no total, mais de 350 representações. O programa é tão amplo que Dominique Meyer, em sua terceira temporada à frente da "Haus am Ringue", encontra dificuldade para recomendar algo concreto.
"É exatamente como perguntar a um pai que possui muitos filhos qual ele gosta mais", resumiu o diretor da Ópera de Viena em entrevista à agência Efe.
Apesar da ampla programação, o especialista francês cita as obras de Richard Strauss como um dos pontos fortes do programa, incluindo a estreia de "Ariadne auf Naxos".
A nova montagem de "Tristão e Isolda", de Wagner, com o qual a Ópera de Viena homenageará o 200º aniversário de nascimento do compositor alemão, também é um dos destaques desta temporada.
Fabio Marra/Folhapress | ||
Fachada da Casa de Ópera de Viena, construída entre 1861 e 1869, com um chafariz à frente, na Áustria |
Segundo Meyer, outro ponto forte é a "cor e energia" dos artistas espanhóis e latino-americanos, como Plácido Domingo, que cantará "Simon Boccanegra" e tomará a batuta em "Romeo e Julieta"; o mestre espanhol Jesus López Cobos, que dirigirá a estreia de "La Cenerentola"; o espanhol Carlos Álvarez, com "La traviata" e "A Filha do Regimento", e o mexicano Ramón Vargas, também em "Boccanegra" e "O Morcego".
Se no plano artístico não há do que reclamar, a economia da Ópera de Viena anda causando algumas preocupações na direção, mesmo com os US$ 39 milhões alcançados na temporada 2011/2012, a qual manteve uma média de público acima dos 98%.
No entanto, Meyer adverte que há 14 anos o Estado austríaco não aumenta o subsídio que fornece à Ópera de Viena. Segundo Meyer, se essa ajuda tivesse crescido paralelamente aos preços, ele poderia contar US$ 17 milhões a mais em seu orçamento.
"A importância do evento para o turismo é conhecida pelo governo. Posso imaginar o que passaria se, digamos, tivéssemos que fechar no verão duas ou três semanas, seria a revolução. Isso todos os ministros sabem", argumentou o ex-diretor do Théâtre dês Champs-Elysées de Paris
Apesar das dificuldades financeiras, Meyer não prevê problemas a curto prazo e insiste "na estupenda" programação da temporada que será iniciada agora.
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