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14/02/2013 - 07h00

Casa em que Johnny Cash cresceu vai virar atração turística

BRYAN KAY
DO "GUARDIAN"

Tim Rand/Associated Press
Johnny Cash (ao centro)em foto no álbum da escola em Dyess
Johnny Cash (ao centro)em foto no álbum da escola em Dyess

Com seus sofás de couro branco, estofamentos de pele falsa e carpete verde até no teto do lendário "Jungle Room" (quarto da selva), ninguém pode acusar a casa de Elvis Presley, Graceland, de bom gosto.

Mas ela certamente atrai multidões: mais de 600 mil visitantes vão até a mansão em Memphis a cada ano.
A pouco mais de 80 km, atravessando o rio Mississippi, em Arkansas, uma comunidade agricultural da era da Grande Depressão espera conseguir o mesmo sucesso.

O ponto inicial das ambições da pequena Dyess não poderia estar mais distante do lar opulento de Elvis - uma casa de fazenda dilapidada, de um andar, ao lado de uma estrada de terra nos limites da cidade.

Mas ela tem um ingrediente secreto: sua própria lenda da música. Johnny Cash, o Homem de Negro, passou sua infância naquela casa, morando em Dyess de 1934 até os anos 50.

Agora, quase dez anos após sua morte, a casa da família de Cash está sendo restaurada ao seu estado original, como a base de um projeto turístico de US$ 10 milhões calcado na celebridade global do cantor.

Haverá, no entanto, uma grande diferença da mansão de Elvis. Assim como Dyess nasceu de um experimento social para dar uma segunda chance às pessoas atingidas pela Grande Depressão, a esperança é que a conexão com Cash dará à cidade e a toda sua população de 500 pessoas um novo começo, transformando as ruas dilapidadas em um museu vivo daquela era.

Ou, como dizem as pessoas por trás do projeto, "uma Graceland com responsabilidade social".

Os trabalhos já começaram, e a primeira fase do projeto está prevista para ser inaugurada em setembro. A casa foi comprada de seu último proprietário com dinheiro doado pela Universidade Estadual de Arkansas.

A estrutura, danificada, já foi recolocada, enquanto o teto foi substituído, e as paredes exteriores foram arrumadas.

Móveis e ferramentas autênticas foram obtidas, e os irmãos de Cash ainda vivos, Joanne e Tommy, foram recrutados para tentar fazer com que a propriedade pareça tão autêntica quanto possível.

"Eu, sendo mulher, sei onde cada mesa, cada cadeira, cada luminária estava. Até as cores das paredes", diz Joanne Cash Yeates. "Estamos reconstruindo algumas coisas do interior que foram mudadas ao longo dos anos, e a fundação da casa foi restaurada, então agora se parece com a casa em que vivemos", completa.

A universidade prevê um incentivo de US$ 10 milhões para a economia da área de Dyess, com cem novos empregos e 50 mil visitantes anuais.

Aparentemente, há base para o otimismo. Desde o filme que conta a história de Cash, "Johnny e June", foi lançado em 2005, ônibus cheios de turistas vêm chegando à cidade.

Assim que o projeto conseguir mais verba, uma trilha para pedestres e ciclistas será feita ligando a casa de Cash ao museu no centro da cidade.

"Parte do que faz a história em Dyess tão irresistível é que não é um santuário para Johnny Cash", diz Ruth Hawkins, a professora da Universidade Estadual de Arkansas a cargo da restauração, "mas um olhar autêntico sobre o significado histórico da comunidade que moldou seus anos de formação e causou impacto em sua música".

Esse é um espírito que Cash poderia ter endossado. "Mesmo quando Johnny era mundialmente famoso", diz Joanne, "ele nunca se viu como alguém especial. Ele me disse antes de morrer: 'Imagino se ninguém vai realmente sentir minha falta'. Acho que ele ficaria impressionado".

 

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