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20/07/2010 - 07h39

De carona em Macau, Sudeste Asiático quer ter mais cassinos

DA EFE

YM Yik/Efe
Apetite pelo jogo dos asiáticos aflora, apesar das proibições impostas pela maioria dos governos para combater a prática
Apetite pelo jogo dos asiáticos aflora, apesar das proibições impostas pela maioria dos governos para combater a prática

O sucesso conseguido por Macau, na China, ao desbancar Las Vegas como capital mundial do jogo em volume de negócio, gerou nos países do Sudeste Asiático uma verdadeira corrida para tentar repetir o sucesso dos cassinos do vizinho.

Com uma base cultural marcada pela superstição e crenças sobre a sorte, o apetite pelo jogo dos asiáticos aflora, apesar das proibições impostas pela maioria dos governos para combater a prática.

"Poderíamos pôr o equivalente de cinco Las Vegas em diferentes pontos da Ásia e não saturaríamos a demanda", disse Sheldon Adelson, presidente da Las Vegas Sands, a primeira companhia americana a, em 2004, desembarcar em Macau e que, em abril, inaugurou o Marina Bay Sands, em Cingapura.

Cingapura, onde o conservadorismo e a rigidez disciplinar das autoridades proíbem até o consumo de chicletes, deu o passo mais significativo ao autorizar dois complexos com cassinos, em projetos de US$ 10,2 bilhões (aproximadamente R$ 18 bilhões).

A iniciativa contou até com o (indispensável) apoio do pai da independência, Lee Kuan Yew, que havia dito antes que só haveria cassinos em Cingapura se os investidores passassem por cima de seu cadáver.

Por trás da medida está a tentativa de romper com a imagem puritana e potenciar a economia mais desenvolvida da região como centro de serviços, aumentando também a chegada de turistas.

Em entrevista recente, Sheldon Adelson disse que, quando o Marina Bay Sands estiver em pleno funcionamento, receberá até 150 mil pessoas por dia. O Conselho de Turismo de Cingapura calcula que o país receberá em 2010 12,5 milhões de visitantes, quase três milhões a mais que no ano passado.

A abertura no setor, no entanto, não se estendeu a turistas de países que continuam vetando a entrada em salas de jogo ou exigem uma infinidades de requisitos para limitar seu acesso.

Em Cingapura, por exemplo, os cidadãos devem pagar US$ 70 (R$ 125) pelo direito de jogar um dia (US$ 1.400, ou R$ 2.500, pelo ano todo), e está proibido o acesso às mesas de jogo aos que recebam alguma ajuda pública ou passem por dificuldades econômicas.

CAMBOJA

Os jogadores asiáticos costumam matar a vontade cruzando a fronteira. Um dos destinos prediletos, sobretudo para os tailandeses e vietnamitas, é o Camboja, país que proibiu qualquer tipo de apostas ou loterias para seus cidadãos, mas que estimula com entusiasmo a construção de cassinos.

As diversas passagens fronteiriças do Camboja contam já com 29 cassinos, número que deve aumentar nos próximos anos. A remota província de Ratanakiri, por exemplo, começou a ganhar no mês passado um centro de jogos aproveitando a abertura da primeira estrada com o Vietnã.

"Queremos ser como Las Vegas ou Macau", disse Kith Thieng na inauguração do Titan King Casino, a nova joia de Bavet, na fronteira entre Camboja e Vietnã.

"O negócio no Camboja é atrair público de Tailândia e Vietnã", disse à Agência Efe Jim Kochel, diretor da Creative Entertainment, empresa que administra um cassino no Camboja e um dos dois do Laos, na província de Savannakhet.

O Vietnã proibiu em março às operadoras de turismo do país que ofereçam viagens organizadas às salas de jogo cambojanas, enquanto prevê a construção de cassinos na cidade de Ho Chi Minh e na ilha de Phu Quoc.

As Filipinas também anunciaram recentemente um investimento de mais de US$ 2 bilhões (R$ 3,5 bilhões) em um complexo hoteleiro e de cassinos na baía de Manila.

"O sucesso de Macau está por trás de tudo isso e, sem ele, Cingapura não teria tomado essa decisão. Isso é um grande negócio e ninguém quer perder sua fatia", disse Kochel.

Apesar da penúria econômica, em Mianmar, sobretudo ao longo das fronteiras que compartilha com China e Tailândia, também floresceram os grandes cassinos, especialmente junto às mansões dos chefes do tráfico de drogas.

 

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