Publicidade
Publicidade
Especialistas condenam shows de cetáceos; o SeaWorld defende
MAURÍCIO KANNO
DE SÃO PAULO
Aquários pelo mundo e a rede de parques SeaWorld, nos EUA, advogam que a manutenção de baleias e golfinhos em confinamento e a realização de shows com animais é uma forma de entreter e de educar audiências.
No entanto, desde pelo menos o acidente com a orca macho Tilkum, de 5,5 toneladas, que matou a treinadora Dawn Branchean, no SeaWorld, em 24 de fevereiro, na Flórida, as discussões sobre manter shows com esses animais se acirrou.
O SeaWorld trata o caso como fatalidade e afirma que "todos os animais [em seus parques, nos EUA] estão saudáveis e adaptados" e que 80% de seus mamíferos marinhos nasceram sob os cuidados da instituição.
E reitera, por sua assessoria de relações públicas no Brasil, que, "além disso, as espécies que estão em nossos parques fazem parte de um completo programa de procriação e pesquisa."
Richard Baum/Reuters | ||
Treinadora com baleia orca durante a apresentação do show "Believe" no Sea World, em Orlando (EUA) |
No entanto, para José Truda Palazzo Jr., fundador do projeto Baleia Jubarte e ex-membro da Comissão Internacional das Baleias, "as informações ecológicas transmitidas empalidecem diante do volume de comportamentos artificiais e mecânicos nos'shows' com cetáceos."
Truda afirma que essas espécies são originalmente provenientes de um ambiente natural impossível de ser reproduzido num tanque, "tanto em tamanho físico, como em acústica, o que é seu mundo sensorial."
Laerte Levai, promotor de Justiça em São José dos Campos (SP), especializado em direito ambiental, cita que "muitos cetáceos recém-capturados não se conformam com o cativeiro e se batem nas paredes dos tanques".
Esses animais também morrem prematuramente no cativeiro, argumenta Cristiano Pacheco, diretor do Instituto Justiça Ambiental.
Já o SeaWorld afirma que mantém um fundo de conservação para a vida selvagem, com parceria de ONGs como a WWF e do The Nature Conservancy.
Legislação no Brasil
A pena para quem molesta cetáceos em águas jurisdicionais brasileiras é de dois a cinco anos de reclusão e a regra para confinar esses animais no país é bem restritiva.
Levai ressalta, no entanto, que há poucos casos de aplicação dessa pena, e que o Ibama tem o poder de autorizar que animais nascidos em cativeiro participem de exibições públicas.
Truda admitiria aquários bem administrados de visão conservacionista. E reclama do Aquário de São Paulo exibir um peixe-boi solitário. "Essa espécie de mamífero aquático é ameaçada de extinção e exemplares em cativeiro deveriam fazer parte de um programa de reprodução e reintrodução na natureza", afirma ele.
+ NOTÍCIAS DE TURISMO
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- De centenárias a modernas, conheça as 10 bibliotecas mais bonitas do mundo
- Legoland inaugura parque temático de artes marciais com atração 3D
- Na Itália, ilha de Ischia é paraíso de águas termais e lamas terapêuticas
- Spa no interior do Rio controla horário de dormir e acesso à internet
- Parece Caribe, mas é Brasil; veja praias paradisíacas para conhecer em 2017
+ Comentadas