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30/09/2010 - 12h40

Especialistas condenam shows de cetáceos; o SeaWorld defende

MAURÍCIO KANNO
DE SÃO PAULO

Aquários pelo mundo e a rede de parques SeaWorld, nos EUA, advogam que a manutenção de baleias e golfinhos em confinamento e a realização de shows com animais é uma forma de entreter e de educar audiências.

No entanto, desde pelo menos o acidente com a orca macho Tilkum, de 5,5 toneladas, que matou a treinadora Dawn Branchean, no SeaWorld, em 24 de fevereiro, na Flórida, as discussões sobre manter shows com esses animais se acirrou.

O SeaWorld trata o caso como fatalidade e afirma que "todos os animais [em seus parques, nos EUA] estão saudáveis e adaptados" e que 80% de seus mamíferos marinhos nasceram sob os cuidados da instituição.

E reitera, por sua assessoria de relações públicas no Brasil, que, "além disso, as espécies que estão em nossos parques fazem parte de um completo programa de procriação e pesquisa."

Richard Baum/Reuters
Treinadora com baleia orca durante a apresentação do show "Believe" no SeaWorld, em Orlando (EUA)
Treinadora com baleia orca durante a apresentação do show "Believe" no Sea World, em Orlando (EUA)

No entanto, para José Truda Palazzo Jr., fundador do projeto Baleia Jubarte e ex-membro da Comissão Internacional das Baleias, "as informações ecológicas transmitidas empalidecem diante do volume de comportamentos artificiais e mecânicos nos'shows' com cetáceos."

Truda afirma que essas espécies são originalmente provenientes de um ambiente natural impossível de ser reproduzido num tanque, "tanto em tamanho físico, como em acústica, o que é seu mundo sensorial."

Laerte Levai, promotor de Justiça em São José dos Campos (SP), especializado em direito ambiental, cita que "muitos cetáceos recém-capturados não se conformam com o cativeiro e se batem nas paredes dos tanques".

Esses animais também morrem prematuramente no cativeiro, argumenta Cristiano Pacheco, diretor do Instituto Justiça Ambiental.

Já o SeaWorld afirma que mantém um fundo de conservação para a vida selvagem, com parceria de ONGs como a WWF e do The Nature Conservancy.

Legislação no Brasil

A pena para quem molesta cetáceos em águas jurisdicionais brasileiras é de dois a cinco anos de reclusão e a regra para confinar esses animais no país é bem restritiva.

Levai ressalta, no entanto, que há poucos casos de aplicação dessa pena, e que o Ibama tem o poder de autorizar que animais nascidos em cativeiro participem de exibições públicas.

Truda admitiria aquários bem administrados de visão conservacionista. E reclama do Aquário de São Paulo exibir um peixe-boi solitário. "Essa espécie de mamífero aquático é ameaçada de extinção e exemplares em cativeiro deveriam fazer parte de um programa de reprodução e reintrodução na natureza", afirma ele.

 

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